'C�lcio' � registro po�tico da viol�ncia das ditaduras latino-americanas
C�LCIO
Num momento em que alguns desinformados pedem a volta dos militares, o livro de P�dua Fernandes � mais do que um alerta para tamanha estupidez, � um registro po�tico amplo e sens�vel da viol�ncia das ditaduras latino-americanas, cujo legado foi uma esp�cie de terra arrasada em que restaram apenas os ossos dos mortos.
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"C�lcio" |
� desses ossos que o poeta se alimenta, como ele diz no bonito poema "Mem�ria e Fatura": "Quando como, � para aliment�-los,/ se falo, � para ouvi-los/ e nada ou�o/ exceto a fome/�que os sustenta". Esse parece ser mesmo o eixo dessa colet�nea, em que o corpo, maltratado, pisado e perversamente torturado � a caixa de resson�ncia hist�rica, com suas marcas e cicatrizes, como se pode ler em "Os Nomes Feridos": "� pele, perguntar/ o nome da vida; mas s� ver a cicatriz.// Perguntar � cicatriz/ o nome da pele;// n�o ouvir nada.// Os nomes foram feridos".
Como bem nota Eduardo Sterzi, o poeta, que tamb�m � jurista especializado em direitos humanos e historiador, "atribui � sua poesia a tarefa de escavar e revolver a terra do pa�s e do continente para que escutemos, enfim, o canto dos ossos". (HEITOR FERRAZ MELLO)
C�LCIO
QUANTO: R$ 34,90 (104 P�GS.)
AUTOR: P�DUA FERNANDES
EDITORA: HEDRA
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A �RVORE AQUELA
Os poemas de Vera Pedrosa comp�em certa cartografia sentimental, enraizados em lugares, momentos e personagens que marcaram sua biografia, ainda que inexpl�cita, mas que j� n�o est�o mais submetidos aos sinais expl�citos da experi�ncia.
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"A �rvore Aquela" |
A topografia, os rastros da mem�ria e os nomes se apagam para tornar-se "urdiduras", numa descont�nua narrativa de sons, express�es coloquiais, falas e percursos que se entrela�am. Textos que se referem ao "mundo longe", "pessoas incertas", "um segundo corpo", como se fora poss�vel reconstruir um para�so imagin�rio feito de fr�geis lembran�as que s� permanecem como palavra.
Da materialidade inescap�vel da linguagem � desmaterializa��o do real, os textos de Vera Pedrosa deslizam como "pontos luminosos entre formas indistintas/ de arvoredo e lianas"; n�o buscam refer�ncias de territ�rio, mas a trajet�ria no espa�o e no tempo. Poesia ainda nutrida pela temporalidade, no longo processo de matura��o e depura��o dos versos, sem pressa, ou pose. (REYNALDO DAMAZIO)
A �RVORE AQUELA
QUANTO: R$ 29 (96 P�GS.)
AUTOR: VERA PEDROSA
EDITORA: COSAC NAIFY
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O FORMIGUEIRO
Esta edi��o � comemorativa dos 60 anos do poema "O Formigueiro", a investida concretista de Ferreira Gullar. Escrito em 1955, parte do poema, composto por 50 pranchas, foi apresentada na Exposi��o Nacional de Arte Concreta, em S�o Paulo (1956) e no Rio de Janeiro (1957).
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"O Formigueiro" |
� um documento importante para a trajet�ria do poeta Gullar, mas certamente n�o tem a for�a de poemas que ele produziu depois, como "Poema Sujo", um marco da poesia brasileira, em que, de fato, Gullar atingiu aquele ponto em que experi�ncia pessoal e hist�rica (o poema foi escrito no ex�lio) se condensam em obra-prima.
Em "O Formigueiro", que pode ser visto muito mais como um experimento, ele desagrega a palavra "formigueiro" e cria novas frases, sempre seguindo uma trilha desigual de letras a cada p�gina. Para ele, o procedimento visava "romper a forma linear da escrita", "acentuar a rela��o fisiogn�mica entre as letras e a coisa nomeada" e "p�r � mostra o sil�ncio interior � palavra". (HEITOR FERRAZ MELLO)
O FORMIGUEIRO
QUANTO: R$ 54 (120 P�GS.)
AUTOR: FERREIRA GULLAR
EDITORA: AUT�NTICA