São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 2002

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Mercado do Ver-o-Peso está de cara nova

EM BELÉM

O mercado do Ver-o-Peso é um dos símbolos de Belém, um dos cartões-postais da cidade. E está de cara nova. A prefeitura da cidade já iniciou a padronização das barracas que vendem de frutas e brinquedos de miriti a mandingas para conquistar namorado.
Com a reforma, ainda não totalmente concluída, o mercado ganhou organização e ares mais limpos. Mas o vaivém de transeuntes e vendedores continua.
O complexo do Ver-o-Peso é composto pelos mercados da Carne e do Peixe e pelas feiras livre e do açaí. A feira livre é dividida em setores: há a área da alimentação, de cheiros e palhas, de animais, de temperos, das "poções mágicas", entre outras.
Nesta última seção, as mandingueiras anunciam pós, ervas e poções para resolver todo tipo de problema. Maria dos Anjos Pacheco, 52, a dona Mariazinha, explica que o pó de tamaquaré (espécie de calango) serve para amansar o marido ou a mulher.
Há ainda o viagra natural, uma mistura de raízes, como marapuema, pau-para-tudo e pau-ferro, órgãos sexuais de animais torrados, como quati e macaco-prego, folhas e frutos. "Funciona. Tem um homem que compra sempre", atesta dona Mariazinha.
O mercado do Peixe, com suas quatro torres, é um dos exemplares de arquitetura em ferro de Belém. Foi desenhado pelo arquiteto paraense Francisco Bolonha e modelado em Marselha, França, no início do século 20. "Ele veio em placas e foi montado aqui", explica o guia Guilherme Martins.
O mercado da Carne também tem estrutura de ferro, da empresa inglesa McFarlane. Tudo isso é vestígio da riqueza da cidade na virada do século 20, por conta do ciclo da borracha.
O nome "ver-o-peso" surgiu em 1688, quando os portugueses criaram um posto de fiscalização, a Casa do Haver o Peso, onde era pesada a mercadoria para a cobrança de impostos. (AP)


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