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Quilombolas reivindicam �rea de base naval na BA

Fam�lias reclamam de viol�ncia de militares

GRACILIANO ROCHA
DE SALVADOR

Local escolhido pela presidente Dilma Rousseff para descansar, a base naval de Aratu (BA) � cen�rio de uma batalha por terras entre a Marinha e um grupo de moradores que se diz quilombola.

A �rea, chamada de Rio dos Macacos, � um peda�o de mata atl�ntica ao lado duma represa situada dentro dos muros da base, em Salvador.

No local, a cerca de 5 km da casa onde Dilma ficou hospedada, h� constru��es r�sticas de alvenaria e barro. Para ter acesso a suas casas, os moradores precisam passar por uma guarita da Marinha.

Em 2010, a Uni�o ingressou com a��o na Justi�a Federal para remover 33 fam�lias. Os moradores dizem que s�o 46 as fam�lias de descendentes de escravos e acusam os militares de tentar expuls�-los.

Na a��o, a Marinha diz que eles devastaram a vegeta��o.

"Nasci e morei aqui toda minha vida. Agora v�m os navais e mandam eu sair?", diz Maria de Souza de Oliveira, 84. Militares fincaram arame farpado no port�o de acesso � casa: para entrar ou sair � preciso se esgueirar pelo ch�o.

A AGU (Advocacia-Geral da Uni�o) obteve na Justi�a uma decis�o para restituir a �rea para a Marinha, mas os moradores obtiveram de uma funda��o ligada ao Minist�rio da Cultura, em 2011, o reconhecimento da �rea como remanescente de quilombo. O t�tulo ainda depende do Incra.

A l�der comunit�ria Rosemeire dos Santos Silva, 34, denunciou ao Minist�rio P�blico que os moradores s�o v�timas de pris�es ilegais e de atos de constrangimento. Segundo ela, a Marinha nega acesso a �gua e luz. Rosemeire exibiu um saco com muni��es que teriam sido usadas para intimidar os moradores.

A Uni�o diz que recebeu da Bahia a primeira fazenda que originou a �rea em 1948. Na d�cada de 1950, a Marinha fez a barragem ao lado do local onde, segundo as fam�lias, havia uma senzala. A unidade foi criada em 1969.

Segundo o comandante da base, capit�o de mar e guerra Marcos Costa, "nas fotos da constru��o da barragem n�o havia nada". Ele diz que as den�ncias foram apuradas e n�o se confirmaram.

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