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Biden faz apelo por diálogo entre Israel e palestinos
Vice-presidente dos EUA insta partes a pôr fim a crise que ofuscou sua visita à região
Discurso, porém, não dá sinais de que Washington
vá exigir cancelamento de projeto de construção de casas em Jerusalém Oriental
DA REDAÇÃO
Um dia depois de os palestinos terem desistido de retomar
o diálogo indireto com Israel, o
vice-presidente dos EUA, Joe
Biden, implorou ontem a ambos os lados que superem a crise que afetou sua visita à região.
A viagem tinha como objetivo ajudar a restaurar as relações com Israel e impulsionar
negociações de paz mediadas
pelos EUA. Mas foi ofuscada
pelo anúncio israelense de que
irá construir 1.600 casas em Jerusalém Oriental.
"Eu, a pedido do presidente
[Barack] Obama, condenei isso
imediatamente e inequivocamente", disse Biden, em discurso na Universidade de Tel Aviv.
Apesar da crítica, o discurso
serviu basicamente para louvar
os laços entre americanos e israelenses. Segundo ele, os EUA
continuam "ao lado de Israel
contra o flagelo do terrorismo".
Biden não deu sinais de que o
governo americano vá pressionar pelo cancelamento do projeto, como queriam os palestinos. Apenas disse ter recebido
garantias "significativas" do
premiê israelense, Binyamin
Netanyahu, de que as obras não
começarão imediatamente.
As palavras do vice-presidente foram vistas em Israel como
uma tentativa de contrabalançar o discurso feito por Obama
em junho passado, no Cairo.
Muitos israelenses veem com
suspeitas o líder americano,
que exigiu o congelamento das
colônias na Cisjordânia e em
Jerusalém Oriental -áreas
capturadas na guerra de 1967.
Em resposta, Netanyahu limitou a construção na Cisjordânia, mas não em Jerusalém
Oriental, área da cidade sagrada vista pelos palestinos como
capital de seu futuro Estado.
Os planos anunciados nesta
semana aprofundaram as suspeitas palestinas de que Israel
não vá fazer concessões necessárias para que ambos os lados
cheguem a um acordo de paz.
Anteontem, a Liga Árabe informou que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud
Abbas, decidiu não participar
mais do diálogo indireto.
Mas o Departamento de Estado americano disse ontem
não ter recebido nenhuma informação oficial indicando que
Abbas pretenda abandonar as
conversações previstas.
Com agências internacionais
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