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ARGENTINA
Villaflor fora seqüestrada pela ditadura em 77
Restos mortais da fundadora das Mães da Praça de Maio são achados
MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES
Os restos do corpo de Azucena
Villaflor de Devicenti, fundadora
das Mães da Praça de Maio, e de
outras duas mulheres desaparecidas durante o regime militar na
Argentina foram encontrados na
Província de Buenos Aires, segundo a Equipe Argentina de Antropologia Forense.
Villaflor, que fundou o movimento das mães que há 20 anos
protestam todas as quintas-feiras
em Buenos Aires contra o desaparecimento de seus filhos durante a
ditadura militar, foi seqüestrada
em dezembro de 1977 na Escola
de Mecânica da Armada por um
grupo integrado por Alfredo Astiz, agente do regime que se infiltrou entre as mães.
O seu corpo e os de outras duas
mães sequestradas no mesmo dia,
Esther Careaga e María Eugenia
Ponce, co-fundadora do movimento, foram encontrados no cemitério General Lavalle, onde estavam enterrados sob o registro
de "sem identificação".
No mesmo dia do seqüestro das
três mães foram sequestradas
duas freiras francesas, Alice Domon e Reneé Leonnie Duquet,
que também foram delatadas por
Astiz, considerado um dos pivôs
da repressão. O agente se infiltrou
entre as mães com o pseudônimo
de "Gustavo Niño" -a desculpa
de Astiz para entrar no grupo era
que tinha um irmão desaparecido. Conseguiu ganhar a confiança
de algumas mães.
Ele e outros integrantes de seu
grupo foram beneficiados na década de 80 pelas chamadas "leis
do perdão". Em maio, entretanto,
foram processados. As leis foram
declaradas inconstitucionais no
mês passado.
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