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Russos lembram morte de jornalista
Em manifestação paralela em Moscou, jovens comemoram aniversário de 55 anos do presidente Putin
Anna Politkovskaya foi morta em sua casa após denunciar massacres na Tchechênia; festa para Putin foi bancada pelo governo
DA REDAÇÃO
Duas manifestações agitaram Moscou ontem. Em defesa
da jornalista Anna Politkovskaya, morta há um ano, cerca de
2.000 pessoas carregavam cravos, pedindo que seus assassinos fossem encontrados e condenados. E outras 5.000, ao
som de música pop, celebravam o aniversário de 55 anos do
presidente Vladimir Putin.
"Devemos brigar pela liberdade", disse Dmitry Muratov,
editor do "Novaya Gazeta", onde Politkovskaya trabalhava,
aos manifestantes -entre eles
membros da agremiação oposicionista Outra Rússia.
Segundo o "New York Times", o jornal russo e o promotor já sabem quem é o criminoso. A informação deve ser publicada hoje, na edição especial
pelo um ano do assassinato.
Seus colegas puseram flores
no local onde ela morava e foi
assassinada. Politkovskaya criticava o desrespeito aos direitos humanos, em especial na
república russa da Tchetchênia, que viveu um conflito separatista durante os anos 1990.
Até hoje ninguém foi condenado, mas as autoridades dizem que as investigações estão
perto do fim e que os melhores
criminalistas da Rússia trabalham com seis hipóteses.
"Hoje é a comemoração oficial do aniversário de Putin,
mas, em alguns anos, as pessoas
vão lembrar este dia pela morte
de Anna", disse o ex-enxadrista
Garry Kasparov, hoje um dos
principais nomes da oposição
ao presidente Putin.
Prisões
A manifestação foi calma em
Moscou, mas, em Nizhni Novgorod -cidade com fama de
dissidente desde a década de
70-, cinco estrangeiros foram
detidos. Eles participariam de
uma conferência internacional
organizada por defensores dos
direitos humanos.
A reunião, porém, foi cancelada, e os estrangeiros, desalojados do hotel onde estavam
por "erros de agenda" e "grande
afluência de turistas". Os cinco
foram presos e multados por
"violar as normas de permanência na Federação Russa".
Putin deu uma festa para militares e amigos no Kremlin, a
última como presidente: deixa
o cargo em março e anunciou
que concorrerá ao Parlamento
em dezembro para permanecer
no poder como premiê.
"Recebo pessoas que respeito profundamente. Meu respeito é por tudo o que vocês e seus
subordinados fizeram para restaurar o prestígio das Forças
Armadas", afirmou Putin.
O Nashi, principal grupo jovem pró-Kremlin, juntou
5.000 pessoas para comemorar
o aniversário. "Eu tinha 12 anos
quando Putin se tornou o presidente, e agora nosso país voltou
a ser forte", disse Daria Morina,
19. Segundo ela, o governo pagou pelo evento do Nashi.
Com agências internacionais
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