|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CATÁSTROFE NO CHILE
País foi cenário, em 1960, do mais forte sismo já registrado
Tremor de 9,5 graus na escala Richter matou então 1.655 pessoas
do Chile até o Japão, o Havaí e as Filipinas, atingidos por tsunamis
"Tradição sísmica" está na
raiz do relativamente baixo
número de mortos e de uma
recuperação que será, para
analistas, pouco traumática
DA REDAÇÃO
Assolado anteontem pelo
quinto maior terremoto desde
pelo menos o século 20, o Chile
ostenta ainda na sua história o
maior abalo sísmico já registrado em todo o mundo. No dia 22
de maio de 1960, tremor de 9,5
graus na escala Richter matou
1.424 pessoas no país e devastou região próxima à que foi seriamente atingida desta vez.
Segundo registro do Centro
de Pesquisa Geológica dos
EUA, que mantém um histórico dos maiores terremotos do
mundo, o apocalíptico choque
sísmico devastou a cidade de
Valdivia -850 km ao sul da capital-, deixou 2 milhões de desabrigados e até 3.000 feridos.
O tremor provocou tsunamis
que vitimaram 138 pessoas no
Japão, onde chegou um dia depois, 61 no Havaí (EUA) -que
registrou ondas de até 10,6 metros- e 32 nas Filipinas, além
de causar danos materiais na
Costa Oeste americana.
No Chile, grande parte das
mortes decorreu também de
ondas que chegaram a 11,5 metros na cidade de Puerto Saavedra, onde escombros de construções foram arrastados por 3
km continente adentro, e a oito
metros na cidade de Corral.
Dois dias depois da tragédia,
um vulcão nos Andes entrou
em erupção, fenômeno atribuído à forte movimentação sísmica que precedeu e sucedeu o
terremoto. Abalos secundários
foram sentidos por todo o ano.
A dimensão da catástrofe
contribuiu para que o Chile, um
dos países com maior histórico
de tremores do mundo, reforçasse as condições de segurança antissísmica, estabelecendo
códigos estritos para construção civil e um sistema de socorro para eventos dessa natureza.
A "tradição sísmica" faz especialistas preverem um caminho
muito menos traumático que o
do Haiti. Apenas horas depois
do terremoto, que em Santiago
atingiu 7 graus, a infraestrutura
elétrica e de comunicações voltava ao normal em vários pontos. O aeroporto da capital, fechado após o tremor, operava
ontem "voos excepcionais" e
deve reabrir em até 48 horas.
Segundo a empresa americana de avaliação de risco Eqecat,
os danos materiais podem chegar a US$ 30 bilhões, o equivalente a 15% do PIB do Chile.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Opinião: Espanto e medo são primeiras sensações Índice
|