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O texto abaixo cont�m um Erramos, clique aqui para conferir a corre��o na vers�o eletr�nica da Folha de S.Paulo.

Julia Sweig

A amea�a do Tea Party

Rep�dio � estrat�gia da fac��o republicana durante a paralisa��o do governo pode minar apoio a partido

Destruir a confian�a do p�blico no governo � h� muito tempo a estrat�gia do Tea Party e dos republicanos conservadores. Rachado por fac��es internas, o partido teve �xito pelo menos sob uma medida: a aprova��o p�blica do Congresso dos EUA est� em apenas 12%, o n�vel mais baixo em 25 anos.

Mas a estrat�gia republicana de terra arrasada pode acabar queimando suas pr�prias casas. Segundo o "Washington Post", quando a paralisa��o do governo chegou ao fim, 77% dos americanos desaprovavam a estrat�gia republicana. E uma maioria consider�vel dentro do partido se op�e ao pr�prio Tea Party.

O "New York Times" decomp�e os republicanos em seis fac��es, desde uma estirpe moribunda de moderados que fizeram obje��o � paralisa��o, at� membros do Tea Party, filiados ao Tea Party e moderados que apoiaram a paralisa��o para impedir a reforma da sa�de de Obama.

Estrategistas dos dois partidos come�am a indagar se o Partido Republicano vai ter que superar essas divis�es internas para poder conservar sua maioria na C�mara em 2014.

A prioridade legislativa de Obama --a reforma da imigra��o-- pode exacerbar ainda mais os conflitos faccionais dos republicanos ao for�ar, se n�o uma vota��o, pelo menos uma express�o p�blica de apoio ou de rep�dio �s pol�ticas de imigra��o mais humanas que t�m a aprova��o da maioria dos eleitores americanos, al�m dos novos eleitores latinos.

� poss�vel visualizar um cen�rio em 2014 no qual o dom�nio republicano sobre 30 ou 40 cadeiras "seguras", garantidas principalmente por eleitores brancos, desabe diante do rep�dio ao Tea Party e ao fato de a lideran�a na C�mara n�o ter conseguido prevalecer durante a paralisa��o. Poder�o ent�o os democratas chegar � elei��o presidencial de 2016 controlando a C�mara, o Senado e a Casa Branca?

Em 1787, o ex-presidente James Madison, um dos autores da Declara��o dos Direitos dos Cidad�os, escreveu no "Federalist Papers" que fac��es minorit�rias numa democracia, especialmente em uma rep�blica pequena, podem converter-se em express�es potencialmente nocivas de interesses sociais e econ�micos divergentes. Apenas ao "estender a esfera", ou ampliar a rep�blica, � que a nova democracia poderia absorver esse dano.

Como secret�rio de Estado de Jefferson, Madison negociou a compra do Louisiana, que dobrou o tamanho dos EUA. A doutrina Monroe, as guerras com o M�xico e a Espanha, o Destino Manifesto ou as interven��es caribenhas de Woodrow Wilson refletiram, literal ou presuntivamente, a l�gica de Madison de estender a esfera.

Ap�s a guerra civil americana, o conflito faccional se abrandou e a luta pelo voto e por outros direitos, embora nem sempre pac�fica, estendeu direitos pol�ticos a americanos antes privados do direito de votar.

As guerras dos EUA no s�culo 21 sangraram o tesouro, mas n�o produziram paz dom�stica. Quem sabe a ferida autoinfligida do Tea Party, e n�o as guerras no exterior, coloque um ponto final neste cap�tulo do conflito faccional americano.

@JuliaSweig


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