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Embaixador na OMC rebate cr�ticas ao Brasil
Sobre burocracia alfandeg�ria, diplomata diz que n�o se pode esperar "desempenho de portos de Roterd�" do pa�s
Relat�rio quadrienal da entidade aponta ainda elevada carga tribut�ria e aumento recente nas tarifas de importa��o
Os pa�ses desenvolvidos s� conseguir�o exercer press�o para que o Brasil mude sua pol�tica comercial se oferecerem algo em troca, afirmou em entrevista � Folha o embaixador Paulo Estivallet de Mesquita, diretor do departamento econ�mico do Itamaraty e chefe da delega��o brasileira na OMC (Organiza��o Mundial do Com�rcio).
"N�o ser� porque os americanos ou os europeus est�o chateados que vamos modificar alguma coisa", afirmou.
Segundo ele, h� um "jogo de empurra" na organiza��o "que n�o traz resultados a ningu�m", j� que a sa�da � por meio de negocia��es.
A delega��o brasileira apresentou ontem, em reuni�o na sede da OMC, respostas �s cr�ticas feitas por outros pa�ses em rela��o � sua pol�tica comercial. O encontro ocorre por conta da revis�o do relat�rio da organiza��o sobre o pa�s, feita a cada quatro anos.
Mais de 40 delega��es se manifestaram no encontro, que durou dois dias. Uni�o Europeia, Estados Unidos e Jap�o fizeram uns dos discursos mais enf�ticos, com cr�ticas � carga tribut�ria, �s exig�ncias de conte�do local e especialmente ao aumento das tarifas de importa��o.
O Brasil replicou afirmando que tamb�m tem "listas de pleitos" para cada uma das delega��es e n�o se furtar� em apresent�-las no futuro.
Afirmou ainda que "teria sido justo louvar o pa�s pelos diversos segmentos onde a tarifa [de importa��o] foi reduzida" e que "se a Rodada Doha tivesse sido conclu�da, as tarifas n�o teriam subido" --em refer�ncia �s negocia��es multilaterais conduzidas pela OMC, que deveriam ter sido finalizadas em 2006.
O embaixador Estivallet de Mesquita disse que o Brasil tem espa�o para at� aumentar suas tarifas sem desrespeitar o teto imposto pela OMC e que s� baixar� al�quotas quando outros o fizerem.
Sobre a burocracia na alf�ndega brasileira, muito criticada no encontro, ele afirmou que o governo brasileiro reconhece a necessidade de melhorias. Disse, contudo, que houve avan�os.
"Somos um pa�s em desenvolvimento. N�o d� para esperar um desempenho de portos de Roterd�. O ritmo de avan�o tem sido constante."
Em seu discurso, o Brasil se furtou a fazer coment�rios sobre os regimes tarif�rios especiais, que, segundo os parceiros do pa�s, d�o vantagens a companhias locais.
"Estamos tranquilos em rela��o � compatibilidade dos regimes com as regras da OMC. Mas nunca se pode garantir que o vizinho n�o nos processar� porque n�o gosta do muro do nosso jardim", ponderou o embaixador.
Para ele, os parceiros comerciais do Brasil est�o mais entusiasmados com a economia do pa�s do que deixam transparecer. "Jamais v�o dizer que estamos de parab�ns. Tamb�m n�o fazemos isso."