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O que uma garota como voc� faz num lugar como este?

Estreia hoje o segundo filme da trilogia Hobbit com uma bela elfa boa de briga em meio a criaturas feias, o que est� atraindo a ira dos puristas devotos do escritor brit�nico Tolkien, criador da obra original

ISABELLE MOREIRA LIMA ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES

Se este � considerado um mundo machista, imagine a Terra M�dia, o mundo fict�cio criado por J. R. R. Tolkien (1892-1973), onde a maioria de suas hist�rias se passa.

"O Hobbit: A Desola��o de Smaug", que estreia hoje, n�o passaria no teste Bechdel, uma ferramenta adotada em cinemas da Su�cia para avaliar filmes do ponto de vista da igualdade de g�nero.

Pelas regras do teste, um filme s� � aprovado se tiver ao menos duas personagens femininas com nomes; al�m disso, elas t�m que conversar entre si sobre algo que n�o seja homens.

A avalia��o foi criada pela cartunista americana Alison Bechdel ("Fun Home"), em uma tirinha de 1985.

Adaptado da obra do brit�nico Tolkien, o segundo filme da trilogia Hobbit tenta ser mais "igualit�rio", j� que o livro n�o tem uma �nica f�mea entre os personagens.

Para evitar que o p�blico fosse submetido a duas horas e 40 minutos de an�es, orcs e alguns poucos elfos, o diretor Peter Jackson lan�ou m�o de figurantes femininas, pegou emprestado de sua outra trilogia, "O Senhor dos An�is", a rainha Galadriel (Cate Blanchett) para uma brev�ssima apari��o e criou uma personagem.

Trata-se da elfa Tauriel, interpretada por Evangeline Lilly, mais conhecida como a Kate do seriado "Lost".

F� de Tolkien --diz ela que "O Hobbit" era o seu favorito na inf�ncia--, Lilly afirma ver bons motivos para a cria��o da sua personagem. O mais forte � a "mensagem" que o filme passar� �s crian�as.

"A menina de 10 anos vai ao cinema e pensa n�o tenho chance nessa hist�ria' e esse � um dos meus filmes favoritos. Qual a mensagem subliminar?", questiona Lilly.

DESRESPEITO AO C�NONE

"N�o quero desafiar Tolkien, ele escreveu quando as mulheres n�o tinham reconhecimento social. Mas, em 2013, � inapropriado e injusto fazer nove horas de filme [dura��o da trilogia] sem nenhuma mulher", diz a atriz.

Os puristas discordam. Muitos desabafaram no Twitter dizendo que Tauriel estraga o filme. No Facebook, h� um grupo chamado "Tolkien fans against Tauriel" (f�s de Tolkien contra Tauriel) que publica not�cias sobre o filme acompanhadas de coment�rios como "Eles [Peter Jackson e a corroteirista Fran Walsh] n�o t�m respeito por Tolkien ou pelo c�none" ou o trocadilho "Keep calm and kill Tauriel" (mantenha a calma e mate Tauriel).

Para piorar a situa��o, Tauriel � envolvida em um tri�ngulo amoroso. Significa que, al�m de uma mulher, um romance alheio � obra de Tolkien foi inclu�do no filme.

A elfa aparece quando os an�es liderados pelo herdeiro do trono Thorin (Richard Armitage) e acompanhados do hobbit Bilbo (Martin Freeman) se aproximam do reino de Thranduil (Lee Pace). Tauriel e Legolas (Orlando Bloom) capturam o grupo e os encarceram.

Acontece que Tauriel desenvolve afei��o por um an�o, Kili (Aidan Turner). "Ele � at� alto para um an�o", comenta a personagem, chamando a aten��o de Legolas, que arrasta asa pela elfa.

Quando ela resolve desobedecer as ordens do rei e partir para ajudar os an�es, Legolas a segue.

Os romances, por�m, n�o se realizam. Basta a sugest�o deles para irritar os f�s.

Originalmente, essa parte rom�ntica n�o estava programada, assim como muitas sequ�ncias de a��o. Foi adicionada quando Jackson decidiu que, em vez de dois, faria tr�s "O Hobbit". Lilly teve de voltar ao set na Nova Zel�ndia meses depois da conclus�o para filmar novas cenas.

"Tauriel � implac�vel, inconsequente, perigosa, apaixonada. Tenho orgulho dela porque, em filmes atuais, mulheres poderosas agem como se fossem homens. Tauriel usa suas armas para lutar por justi�a e verdade", diz a atriz sobre sua elfa quase ninja.

"H� puristas que querem deixar Tolkien como � e eu respeito isso, mas gosto da ambiguidade. Como f� de Tolkien, gostei das mudan�as. Elas deixam o filme melhor."


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