São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2011 |
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CRÍTICA COMÉDIA Selton Mello homenageia cinema popular em novo filme Produção retrata artista de circo que se cansa dos problemas da atividade CRÍTICO DA FOLHA Segundo longa-metragem de Selton Mello como diretor, após "Feliz Natal" (2008), "O Palhaço" pode ser visto como uma homenagem a um cinema popular brasileiro maliciosamente ingênuo, de origem circense, que vai de Mazzaropi a Os Trapalhões. Benjamim (Mello) e seu pai, Valdemar (Paulo José), formam a dupla de palhaços Pangaré e Puro-Sangue e trabalham como administrador e dono do Circo Esperança, uma trupe mambembe que roda o interior do Brasil. Mas, a certa altura, Benjamim acha que o circo perdeu a graça -não o picadeiro, mas os problemas: agradar ao prefeito de cada cidade do caminho, convencer o público a ver o espetáculo, resolver os perrengues financeiros e emocionais da trupe etc. Ele passa a fantasiar com uma outra vida, de emprego e amor fixos, mas esbarra na falta de uma carteira de identidade, de comprovante de residência. Por baixo da reverência ao antigo cinema popular brasileiro -feita com uma delicadeza e uma segurança que revelam um diretor maduro-, há outra camada de entendimento possível para o filme, e nem um pouco ingênua. Benjamin/Pangaré seria uma metáfora para boa parte dos artistas do país, que precisam limitar o tempo dedicado à criação para se ocupar com burocracias, agrados a autoridades, falta de público, problemas de produção. O artista brasileiro é um palhaço, parece nos dizer Selton Mello. E isso, no caso, é um elogio. Bom seria se seu filme fosse visto não apenas como homenagem ao passado mas como um caminho para o futuro do cinema popular brasileiro. (RICARDO CALIL) O PALHAÇO DIREÇÃO Selton Mello PRODUÇÃO Brasil, 2011 COM Selton Mello e Paulo José ONDE Espaço Unibanco Augusta, Eldorado Cinemark e circuito CLASSIFICAÇÃO 10 anos AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: Cinema - Crítica/Thriller: Soderbergh volta à boa forma enfocando ameaça de vírus Próximo Texto: Ferrugem, 45 anos e autodeclarados 165 cm, volta às telas em "O Palhaço" Índice | Comunicar Erros |
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