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Programa exibe vida e morte no mar
Quarta temporada de "Pesca Mortal", do Discovery Channel, mostra novas aventuras perigosas de barcos no frio do Alasca
Alardeado nos EUA como
o "mais real" dos reality shows, série acompanha pescarias de alto risco, registrando até naufrágio
ENVIADA ESPECIAL A SEATTLE
Considerado o "mais real"
dos reality shows, "Pesca Mortal" não retrata a caça a um animal perigoso -o "mortal" do título refere-se aos perigos do
mar do Alasca, que coloca em
risco os pescadores durante a
perseguição a caranguejos.
A pesca acontece há décadas,
mas foi há quatro anos que o
Discovery Channel teve a idéia
de acompanhar os cerca de 30
dias por ano que os homens
passam no mar.
O canal convenceu os protagonistas -que dizem ser contra
o "exagerado" título- a deixarem "um registro do trabalho
para os netos", alistaram seus
câmeras mais experientes em
situações extremas (são dois
por barco) e, desde 2005, já lançaram quatro temporadas em
que mostram a rotina de até
seis barcos em alto-mar.
Isso inclui momentos entediantes, mas também resgates
arriscados, helicópteros da
guarda costeira e até mortes
-no primeiro ano, as câmeras
registraram naufrágio de um
barco (não-participante do
"Pesca Mortal") do qual apenas
um pescador escapou.
Na temporada atual, que estréia na terça, às 21h, a maior
atração será Phil Harris, 51. O
capitão do Cornelia Marie acabou adoecendo e quase morreu
durante a viagem. Sem parar de
fumar, ele conta que o canal ficou 24 horas ao seu lado mesmo quando foi internado.
Foram os perigos que conquistaram a audiência nos
EUA, onde "Pesca Mortal" já foi
indicada a sete Emmys (em
2006 e 2007, inclusive ao de
melhor série de não-ficção).
Não é difícil imaginar que o
programa mexeu a vida dos
participantes. Além de serem
celebridades, os capitães lidam
com ciúmes da própria equipe e
dos mandantes dos cerca de 75
barcos que também pescam caranguejos, mas que ficaram de
fora da "seleção".
Os personagens admitem
gostar da fama, mas dizem que
as jóias, os carros esportivos
vermelhos, tudo já estava lá,
mesmo quando viviam só da
pesca, pois ela pode render cerca de US$ 75 mil em um mês.
"Alguns têm atitude de "rock
star'", afirma Keith Colburn,
capitão do Wizard. "Tem gente
que pensa: "Legal, vou estar na
TV". Mas eu acho que a equipe
tem sorte de estar no nosso
barco", diz Sig Hansen, do
Northwestern, a jornalistas de
Europa, Ásia e América Latina
em visita a seu barco.
Hansen diz que o assédio
constante o incomoda, mas que
não se "pode comprar esse tipo
de propaganda. Há frutos do
mar por todo lado!".
Hoje acostumados com a
presença dos cameramen, que
chegam a trabalhar 40 horas
seguidas, os pescadores já se
metem a dirigi-los. "Somos
competitivos. Quero que minha equipe ganhe mais espaço
na TV. Se vejo uma grande tomada, aviso", diz Colburn. Mas
eles juram que o Discovery não
se intromete na pesca em benefício do programa. "Sou pescador! Eles não podem me forçar
a fazer nada!"
(CRISTINA FIBE)
PESCA MORTAL - 4� TEMP.
Quando: estréia nesta terça, às 21h
Onde: no Discovery Channel
A jornalista CRISTINA FIBE viajou a convite do
Discovery Channel
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