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HISTÓRIA
Movimento tenentista e Revolução de 30 no país
ROBERSON DE OLIVEIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA
No dia 24 de outubro de 1930,
chegava ao fim a República
Velha. Durante quase 30 anos, as
oligarquias de São Paulo e de Minas se sucederam no comando do
Executivo da nação por meio da
política do café-com-leite.
Com a implantação da República oligárquica, os demais Estados
não tinham condições de fazer
frente à força eleitoral de Minas
Gerais e ao poder econômico de
São Paulo. Daí aceitarem, tacitamente, a supremacia desses dois
Estados na condução da nação.
À medida que os anos passaram, a correlação de forças entre
os Estados mudou. Na década de
20, começaram a aparecer as primeiras divergências importantes
entre as elites regionais.
Entretanto o fator mais decisivo
para a desestabilização do regime
foi o crescente envolvimento dos
militares na política, com o movimento tenentista. Esse movimento da média oficialidade do Exército defendia algumas propostas
básicas, como a moralização do
sistema eleitoral com o voto secreto, o combate à corrupção e o
desenvolvimento industrial em
bases nacionais.
A partir dessas idéias, o movimento empreendeu três tentativas fracassadas de golpe de Estado: em 1922, a Revolta do Forte de
Copacabana, em 1924, a Revolta
de São Paulo, e a Coluna Prestes,
que percorreu o interior do Brasil
de 1925 a 1927, tentando ganhar
adeptos para derrubar Arthur
Bernardes.
Em 1930, os tenentes apoiaram
a Aliança Liberal, frente política
formada por Minas Gerais, Rio
Grande do Sul e Paraíba e que desafiou o candidato oficial, apresentando boas possibilidades de
vitória. A derrota da Aliança Liberal por meio do voto de cabresto e
do curral eleitoral e o assassinato
de João Pessoa, vice na chapa da
Aliança, exasperaram os oficiais.
Aproveitando a crise econômica no país e o isolamento do regime, eles desencadearam uma nova tentativa de golpe, que, desta
vez, foi bem-sucedida, dando início a uma nova fase da história.
Roberson de Oliveira é professor e autor de "História do Brasil: Análise e Reflexão" e "As Rebeliões Regenciais" (Editora
FTD). E-mail: [email protected]
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