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FUTEBOL
Jogadores sem contrato de patrocínio escondem marcas das chuteiras
Artilheiros 'picham' seus
pés contra merchandising
VALMIR STORTI
da Reportagem Local
As empresas fornecedoras de
material esportivo travam uma
guerra internacional para divulgar
suas marcas, e os jogadores de futebol são as maiores estrelas das
campanhas publicitárias.
Conhecedores desse marketing,
os jogadores que não recebem nada dessas empresas pintam suas
chuteiras de preto, para descaracterizar os produtos.
As chuteiras são o único produto
que os jogadores podem "negociar". O resto é do clube.
"A minha chuteira é muito gostosa, mas se pagarem, uso qualquer uma", diz o corintiano Mirandinha, adepto da pichação.
Rival da decisão que se realizaria
ontem, Dodô, artilheiro do Paulista, surpreendeu ao atuar com a
chuteira pintada contra o Santos
-em partida na qual fez o gol da
vitória-, assim como seus companheiros Aristizábal e Marques.
Até o jogo anterior, contra o Palmeiras, sua chuteira tinha a marca
do fabricante à mostra.
Isso ocorre em outros times.
"É normal, todo jogador que
não recebe nada dos fabricantes
pinta a chuteira de preto", diz o
meia Marquinhos, do Palmeiras.
Essa área acaba de criar uma polêmica na França.
Apesar de terem contratos com
outras empresas, os jogadores são
obrigados por lei a usarem o material da seleção. Eles querem mudar
a legislação do país.
Para os torcedores, pouca diferença faz, mas o fabricante deixa
de ter sua marca na TV.
Se faz falta? As empresas investem milhões para poderem usufruir desse merchandising.
A Adidas diz ter programado
gastos de US$ 10 milhões neste ano
no mercado brasileiro, patrocinando clubes e jogadores.
A empresa fornece uniformes
para o São Paulo, o Internacional
de Porto Alegre e o Fluminense,
além de ter contrato com oito jogadores de cinco Estados.
Há um ano no Brasil, a Diadora
veste sete times e 36 jogadores.
Segundo dados da empresa italiana, que vem mudando o visual
do marketing esportivo (leia texto
abaixo), deverão ser investidos
US$ 1,2 milhões neste ano, sendo
US$ 700 mil só no futebol.
A Nike, líder do mercado, projeta um investimento para 97 de cerca de US$ 13,2 milhões, só em publicidade, sem contar os contratos
com a seleção brasileira e com os
12 "atletas Nike", dos quais apenas Juninho não está na seleção.
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