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SAÚDE
Cirurgia é a primeira do gênero no Brasil
Paciente recebe coração elétrico no RS
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
A equipe cirúrgica do Instituto
de Cardiologia do Rio Grande
do Sul realizou a primeira operação de implante de um coração
artificial elétrico no país.
O paciente Dionísio Eloi, 46,
recebeu anteontem um coração
artificial elétrico implantável, do
modelo "HeartMate-TCI", desenvolvido nos Estados Unidos.
Ele sofria de miocardiopatia dilatada (coração dilatado) e corria risco de vida.
O diretor-presidente do instituto, Ivo Nesralla, disse ontem
que o desempenho cardiovascular de Eloi era "excelente". O paciente usava um respirador, mas
já estava acordado.
O coração artificial foi implantado no abdome, abaixo do diafragma. O aparelho é conectado
ao coração natural e tem a função de bombear o sangue.
Um fio liga o coração artificial
a um controlador, que fica fora
do organismo e monitora o
bombeamento.
O paciente tem de levar na cintura duas baterias, parecidas
com as de telefone celular, também ligadas pelo fio, que são recarregadas de oito em oito horas
para sustentar o funcionamento
dessa tecnologia médica.
A abertura no abdome que dá
passagem ao fio é o principal
problema dessa técnica, pois há
risco de infecção.
Até então, haviam sido realizadas no Brasil operações envolvendo corações artificiais pneumáticos, e não elétricos, que ficam fora do organismo dos pacientes, o que limita em muito os
movimentos, afetando a qualidade de vida.
O coração artificial pode ser
usado definitivamente ou até
que o paciente possa se submeter a um transplante.
Eloi, um homem de porte
avantajado e do grupo sanguíneo "O", tem dificuldades de arranjar doador compatível com
suas características.
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