São Paulo, Quarta-feira, 21 de Julho de 1999
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SAÚDE
Cirurgia é a primeira do gênero no Brasil
Paciente recebe coração elétrico no RS

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre

A equipe cirúrgica do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul realizou a primeira operação de implante de um coração artificial elétrico no país.
O paciente Dionísio Eloi, 46, recebeu anteontem um coração artificial elétrico implantável, do modelo "HeartMate-TCI", desenvolvido nos Estados Unidos. Ele sofria de miocardiopatia dilatada (coração dilatado) e corria risco de vida.
O diretor-presidente do instituto, Ivo Nesralla, disse ontem que o desempenho cardiovascular de Eloi era "excelente". O paciente usava um respirador, mas já estava acordado.
O coração artificial foi implantado no abdome, abaixo do diafragma. O aparelho é conectado ao coração natural e tem a função de bombear o sangue.
Um fio liga o coração artificial a um controlador, que fica fora do organismo e monitora o bombeamento.
O paciente tem de levar na cintura duas baterias, parecidas com as de telefone celular, também ligadas pelo fio, que são recarregadas de oito em oito horas para sustentar o funcionamento dessa tecnologia médica.
A abertura no abdome que dá passagem ao fio é o principal problema dessa técnica, pois há risco de infecção.
Até então, haviam sido realizadas no Brasil operações envolvendo corações artificiais pneumáticos, e não elétricos, que ficam fora do organismo dos pacientes, o que limita em muito os movimentos, afetando a qualidade de vida.
O coração artificial pode ser usado definitivamente ou até que o paciente possa se submeter a um transplante.
Eloi, um homem de porte avantajado e do grupo sanguíneo "O", tem dificuldades de arranjar doador compatível com suas características.


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