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Morto ao atacar Rota era irmão de ex-PM
Polícias Militar e Civil investigam se Frank Ligieri Sons, 33, era um informante de policiais da própria tropa
Polícia ainda não sabe
se há ligação entre o
ataque de domingo e o
atentado contra chefe
do grupo, no sábado
ANDRÉ CARAMANTE
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO
O ex-presidiário Frank Ligieri Sons, 33, morto a tiros
na madrugada de domingo,
quando, segundo a polícia,
atirou contra a sede da Rota,
é irmão de um ex-sargento da
Polícia Militar.
Frank é irmão de Ronaldo
Ligieri Sons, 35, que até 23 de
março deste ano foi terceiro-sargento da PM de São Paulo.
Ronaldo trabalhava no 20�
Batalhão, na região de Barueri (Grande SP), e, de acordo com o "Diário Oficial", pediu exoneração da PM. O terceiro-sargento já havia trabalhado na Rota.
Os setores de inteligência
da PM e da Polícia Civil investigam a hipótese de que o ex-detento Frank era ligado a
policiais da própria Rota, espécie de tropa de elite da PM.
A investigação tenta descobrir se Frank era ou não
um "ganso" (informante) dos
PMs da Rota e que, durante
parte dos 11 anos em que esteve preso por roubo e lesão
corporal, passava informações sobre criminosos aos
policiais da tropa de elite.
Segundo a polícia, Frank
tomou dois tiros na madrugada de domingo, quando,
ao lado de outro suspeito, parou um carro numa rua lateral ao quartel da Rota, na Luz
(centro de SP), desceu e deu
seis tiros contra o prédio.
Dois PMs da Rota que atiraram contra Frank disseram
que ele tinha um coquetel
molotov nas mãos e resistiu à
ordem de prisão.
LIGAÇÃO
A polícia ainda não sabe se
o ataque de domingo tem ligação com o atentado ao chefe da Rota, o tenente-coronel
Paulo Telhada, que ocorreu
cerca de 17 horas antes.
Além disso, a polícia e o
Ministério Público não encontraram até agora nenhum
indício que ligue a chefia da
facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital)
aos dois atentados.
O secretário de Segurança,
Antonio Ferreira Pinto, disse
à Folha que os ataques partiram do crime organizado
-narcotraficantes, especificamente- mas que não há sinais de que foram articulados pela facção criminosa
que domina os presídios e o
narcotráfico no Estado.
A principal fonte de informação da polícia são monitoramentos de telefonemas de
chefes do PCC presos, feitos
com ordem judicial.
"Não existe nenhum sinal
nos presídios de que esses
atentados foram orquestrados. Acho que não tem nem
como criar um liamento [ligação] entre os casos", afirmou.
O amadorismo dos dois
ataques só reforça a hipótese
de que a cúpula do PCC não
estaria por trás dessas ações,
de acordo com dois especialistas em PCC, o promotor Roberto Porto e o sociólogo
Guaracy Mingardi.
Segundo as investigações,
a cúpula do PCC continua a
praticar os seus crimes: tráfico de drogas e extorsão.
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