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Leia a íntegra do discurso do presidente eleito
Bem, eu quero dizer a todos vocês que
amanhã, por volta do meio-dia, nós iremos
fazer uma coletiva, na qual eu irei fazer um
pronunciamento. Hoje são apenas alguns
agradecimentos.
Primeiro, eu quero dar parabéns ao povo
brasileiro pelo extraordinário espetáculo de
democracia que ele deu no dia 27 de outubro de 2002, escolhendo o seu presidente da
República e seus governadores.
Segundo, eu queria agradecer e cumprimentar o comportamento das autoridades
que cuidaram do processo eleitoral, pelo
Tribunal Superior Eleitoral e o seu presidente, Nelson Jobim. Meus agradecimentos
ao presidente Fernando Henrique Cardoso
pelo fato de ter anunciado à sociedade brasileira que possivelmente tenhamos a mais
sensata e a mais democrática transição já
vista no nosso país.
Quero agradecer aos milhões e milhões
de homens, mulheres e adolescentes que
votaram em mim e no companheiro José
Alencar e agradecer aos milhões e milhões
de homens, mulheres e adolescentes que
votaram no meu adversário, que se abstiveram de votar, porque eu acho que essa atitude, esse comportamento do povo é o que
consolida a democracia no nosso país.
Quero dizer para vocês que esse resultado eleitoral me obriga a afirmar a todos vocês que, embora tenha sido eleito pelo meu
partido e pelos aliados do PC do B, do PL,
do PCB e do PMN, a partir do dia 1� de janeiro, eu serei presidente de 175 milhões de
brasileiros.
Queria dizer para vocês que a responsabilidade de governar é muito grande. Eu e
minha equipe iremos governar este país,
mas não seria exagero dizer pra vocês que
apenas um presidente, o seu vice e a nossa
equipe não serão suficientes para que a gente governe o Brasil com os seus problemas,
portanto nós vamos convocar toda a sociedade brasileira, todos os homens e mulheres de bem deste país, todos os empresários,
todos os sindicalistas, todos os intelectuais,
todos os trabalhadores rurais, toda a sociedade brasileira, enfim, para que a gente
possa construir um país mais justo, mais
fraterno e mais solidário.
Por último, eu quero me dirigir à comunidade internacional. Acho que o Brasil pode jogar um papel extraordinário neste
continente americano, para que possamos
construir um mundo efetivamente de paz,
no qual os países possam crescer economicamente e possam crescer do ponto de vista
social para todo o seu povo. E farei o que estiver ao alcance do presidente da República
do Brasil para que a paz seja uma conquista
definitiva do nosso continente.
Quero dizer ao meu querido companheiro Genoino que você não perdeu a eleição,
porque você não era governador, você apenas deixou de ganhar. Mas você vai perceber, meu companheiro Genoino, que, se
você souber tirar proveito, uma derrota vai
te deixar muito mais maduro, muito mais
preparado e muito mais perto da próxima
vitória. Para quem veio de Quixeramobim,
ter 40 e poucos porcento de votos em São
Paulo. Você, Genoino, foi um dos candidatos mais brilhantes que eu conheci. Se todo
mundo tivesse o seu bom humor e a sua
vontade, meu caro, o Brasil seria infinitamente melhor.
Eu quero aqui agradecer à minha companheira Benedita da Silva. A Benedita que,
convencida por José Dirceu e por mim, foi
cumprir um mandato de nove meses, numa situação extremamente difícil. Eu não
tenho dúvida nenhuma de que a Benedita
fez o que era possível fazer no período que
ela fez. Eu quero aproveitar e dizer aqui para vocês que o que mais me incentivou a
convencer a Benedita a assumir o governo
do Rio foi o fato de ela ser negra. E ela assumir o governo do Rio de Janeiro foi a maior
conquista dos negros depois da libertação
dos escravos neste país.
Por fim, eu quero dizer pra vocês que o
Brasil está mudando em paz. E, mais importante, a esperança venceu o medo. E hoje eu posso dizer para vocês que o Brasil votou sem medo de ser feliz.
Por último, eu quero agradecer a essa extraordinária figura. Eu não vou elogiar os
meus dirigentes, que estão aí. Já conversei
com meu adversário, José Serra, recebi um
telefonema dele agora há pouco. Já conversei com muitas outras pessoas pelo país afora. Já agradeci em público à minha mulher
durante muito tempo, durante a campanha. Mas acho que esse companheiro aqui
não foi a única mas foi uma das coisas mais
extraordinárias que aconteceram nessa
campanha de 2002. Zé Alencar e eu não vamos ser um presidente e um vice. Nós vamos ser parceiros nos bons e nos maus momentos, vamos ser companheiros. E vocês
sabem que, quando eu falo companheiro,
falo companheiro com uma coisa muito
forte no coração, porque nem todo irmão é
um grande companheiro, mas todo companheiro é um grande irmão. E você é um
grande companheiro, meu querido Zé
Alencar.
É que eu não posso ficar com o microfone que eu tenho vontade de falar. Nós vamos ter que ir para a avenida Paulista, tem
muita gente lá. Amanhã nós vamos ter uma
coletiva, mas... que vou fazer um pronunciamento. Eu ainda tenho que cumprimentar algumas delegações de estrangeiros que
estão aí.
Quero agradecer do fundo da minha alma a todos os companheiros que no primeiro turno e no segundo turno trabalharam de forma incansável. Quero agradecer
à direção do meu partido e à direção dos
partidos aliados. Quero dizer que sem vocês eu não seria o Lulinha paz e amor dessa
campanha. Muito obrigado.
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