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ENTENDA O CASO
O massacre de Eldorado do Carajás
O assassinato dos sem-terra ocorreu no dia 17 de abril de 1996, em Eldorado do Carajás (PA), durante confronto entre cerca de 150 policiais
militares e 3.500 sem-terra. Dezenove pessoas foram mortas e 63 ficaram feridas.
O grupo de sem-terra saiu de Curionópolis e se dirigia à Marabá para
reivindicar a desapropriação da fazenda Macaxeira. Às 12h, bloqueou a
rodovia PA-150, principal ligação de
Belém com o sul do Pará. Duas horas
depois, o coronel do Batalhão da Polícia Militar de Marabá, Mário Colares
Pantoja, ordenou que 85 PMs fossem
ao local para desbloquear a rodovia.
Outros 68 policiais saíram de Parauapebas, município vizinho, para se
unir ao grupo.
Os sem-terra, empunhando foices
e pedaços de madeira, passaram a
tarde cantando hinos de protesto no
meio da pista. Eles se dividiram em
dois grupos, que ficavam a 300 metros de distância um do outro. O primeiro destacamento da PM a chegar
foi o proveniente de Parauapebas.
Os soldados de Marabá chegaram
mais tarde.
Por volta de 17h10, os policiais de
Marabá se aproximaram dos manifestantes. Portando escudos e cassetetes, cerca de 15 soldados colocaram-se à frente, organizando uma
espécie de "proteção" para os que se
posicionavam armados atrás. Os PMs
começaram a jogar bombas de gás
lacrimogêneo e a fazer disparos para
o alto e, em seguida, na direção dos
manifestantes. Depois dos primeiros
tiros, o grupo dos soldados de Parauapebas também atacou. Os sem-terra se espalharam, tentando fugir.
Muitos foram pisoteados e espancados. Os que não conseguiram se esconder na mata foram atingidos pelos tiros.
Quando não havia mais manifestantes na rodovia, os policiais se retiraram. Saldo do confronto: 19 mortos e 63 feridos. O líder dos sem-terra
no local, Oziel Alves Pereira, 17, que
era quem comandava as negociações com o governo, foi visto em
meio ao tumulto sendo algemado e
levado para um carro. Mais tarde, Pereira foi encontrado morto, com o
crânio esmagado e o rosto parcialmente deformado.
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