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ESTADOS
Ministro afirma que negocia aperfeiçoamentos
Governo já admite mexer na Lei Kandir
da Sucursal de Brasília
O ministro Antonio Kandir (Planejamento) disse ontem que negocia o aperfeiçoamento da Lei Kandir, que eliminou a cobrança do
ICMS nas exportações.
Segundo ele, o governo não aceita negociar duas reivindicações
dos governadores: o fim da isenção das exportações e a reposição
integral das perdas sofridas na arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços) devido aos incentivos.
Se as modificações fossem feitas,
provocariam, segundo Kandir, "a
volta da desorganização das finanças públicas" e abalariam o Real.
"Já iniciamos negociações com
os Estados para aperfeiçoar a legislação", disse, sem citar os pontos
que podem ser aperfeiçoados.
A lei abriu uma crise no PSDB ao
contrapor governadores tucanos
ao presidente Fernando Henrique
Cardoso. O governador Mário Covas (SP) chegou a anunciar que
não disputará a reeleição. Os governadores querem a reposição
integral das perdas e temem ficar
sem dinheiro em um ano eleitoral.
Segundo o ministro, a lei permitiu este ano um crescimento das
exportações quatro vezes maior
do que o ocorrido em 96.
Secretários da Fazenda de três
Estados e do DF propuseram, na
Câmara, que os parlamentares alterem a lei para garantir o repasse
integral do ICMS de que abriram
mão em 96. Yoshiaki Nakano (SP),
João Heraldo Lima (MG), Paulo de
Tarso (PA) e Mário Tinoco (DF)
participaram de debate na Subcomissão da Reforma Tributária.
Em nome dos secretários da Fazenda, propuseram o adiamento
da isenção do ICMS para bens de
uso e consumo das empresas a
partir de 1� de janeiro de 98, prevista na lei. Os Estados e o DF querem receber R$ 3,6 bilhões, teto de
ressarcimento de outubro de 96
até dezembro de 97 definido na lei.
A lei, porém, criou um seguro de
receita, que só paga o ressarcimento em caso de queda da receita
do ICMS. Após um ano da lei em
vigor, os Estados receberam menos de R$ 900 milhões.
Nakano admitiu que pode ter errado ao aceitar a fórmula de ressarcimento. "Posso ter errado.
Agora, vamos rever", disse, ao sair
de uma reunião com o ministro
interino da Fazenda, Pedro Parente. O secretário disse que as perdas
do Estado são de R$ 815 milhões.
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