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Aécio inaugura nova sede de governo de R$ 1,7 bilhão
Custo da obra, investigada pela Promotoria, é superior ao orçamento de 7 secretarias
A menos de um mês de sair, mineiro entrega maior obra da gestão, com o nome do avô, Tancredo Neves, que completaria cem anos hoje
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A menos de um mês de deixar
o cargo, o governador de Minas,
Aécio Neves (PSDB), inicia sua
despedida hoje, com a inauguração da maior obra de seus sete anos de gestão: um complexo
administrativo erguido ao custo de R$ 1,688 bilhão.
Após 112 anos, a sede oficial
do governo de Minas sai do Palácio da Liberdade, inaugurado
junto com a fundação da própria Belo Horizonte, e passa para o modernista Palácio Tiradentes, uma das cinco edificações projetadas pelo arquiteto
Oscar Niemeyer na Cidade Administrativa de Minas Gerais.
O valor investido vai demorar 18 anos para ser compensado pela economia prevista de
R$ 92 milhões anuais. O R$ 1,69
bilhão é superior à soma dos orçamentos aprovados para este
ano nas áreas de assistência social, cultura, habitação, meio
ambiente, ciência e tecnologia,
agricultura e esportes.
Avaliadas inicialmente em
cerca de R$ 550 milhões, as
obras de engenharia chegaram
a R$ 1,1 bilhão, o dobro do previsto. Somada a outros 87 contratos levantados pela Folha
desde o início das obras, em janeiro de 2008, o custo total
chega a R$ 1,69 bilhão.
A 20 km do centro de BH, às
margens da rodovia estadual
que leva ao Aeroporto de Confins, a Cidade Administrativa
não tem estrutura de serviços
no entorno. Para facilitar a
adaptação, Aécio reduziu a jornada dos servidores de oito para seis horas, até o final do ano.
O volume de recursos movimentado pelo projeto que virou a menina dos olhos de Aécio Neves chamou a atenção do
Ministério Público Estadual.
Hoje, quatro inquéritos estão em andamento, todos referentes a supostas irregularidades em processos licitatórios.
Nenhum deles chegou a conclusões, até o momento.
A escolha de 4 de março para
a inauguração não foi acaso. É o
centenário de nascimento do
avô de Aécio, Tancredo Neves
(morto em 1985), que dá nome
ao centro administrativo.
A inauguração será, essencialmente, um evento político,
a última grande cerimônia oficial comandada pelo governador, que se desincompatibilizará para a disputa das eleições.
Para que isso fosse possível, a
inauguração foi acelerada.
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