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26/01/2010 - 14h06

Haiti sofre novos terremotos; capital tem 1 milh�o de desabrigados

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da Folha Online
da France Presse, em Porto Pr�ncipe

O Haiti foi abalado na manh� de hoje por dois tremores de m�dia intensidade, 14 dias depois do terremoto de magnitude 7 que deixou milhares de mortos.

O Servi�o Geol�gico dos EUA (USGS, na sigla em ingl�s) detectou um tremor de magnitude 4,4 �s 6h16 (9h16 pelo hor�rio de Bras�lia). Alguns moradores de Porto Pr�ncipe e jornalistas da ag�ncia de not�cias France Presse tinham sentido outro tremor uma hora antes, �s 5h (8h em Bras�lia).

"�s 5h, levantei e fui � rua. O tremor n�o foi muito forte, mas fiquei com medo mesmo assim", contou Felix Lundi, 63, que dorme no imenso campo de refugiados de Champ de Mars, uma famosa avenida de Porto Pr�ncipe. "N�o d� para se acostumar com os tremores. � sempre o mesmo sofrimento, todo mundo fica com medo", disse Edison Constant, comerciante, que sentiu o tremor das 6h15 em sua casa, no bairro Delmas.

Mais de 50 tremores secund�rios atingiram Porto Pr�ncipe desde o terremoto do dia 12. O mais forte, registrado na quarta-feira passada (21), atingiu intensidade de 5,9.

O risco de fortes tremores secund�rios � elevado at� 30 dias depois do terremoto, afirmou o USGS, avaliando em 25% a probabilidade de um ou mais tremores secund�rios de magnitude 6 durante este per�odo. Qualquer tremor superior a 5 pode provocar s�rios danos.

Desabrigados

Em Porto Pr�ncipe, cerca de 1 milh�o de pessoas que ficaram sem ter onde morar depois do terremoto do dia 12. Para elas, necessidade mais urgente � conseguir condi��es dignas para se alimentar, beber �gua e dormir. "� preciso ajudar em primeiro lugar aqueles que perderam suas casas", disse Suze Jean-Francois, jardineira de 28 anos que est� em um assentamento improvisado no centro da capital haitiana.

Os sobreviventes da cat�strofe t�m a impress�o de que nada da ajuda estrangeira que est� sendo enviada est� chegando at� eles.

Nos prec�rios campos de desabrigados da capital, todas as pessoas entrevistadas confirmam passar fome. Ningu�m sabe onde est�o os locais de distribui��o de �gua e comida, ainda n�o h� nenhum acampamento com tendas de campanha. No restante do pa�s, onde centenas de milhares de pessoas se refugiaram, as fam�lias tentam resolver a situa��o sozinhas.

Em Montr�al (Canad�), durante a c�pula dos "pa�ses amigos", o primeiro-ministro Jean-Max Bellerive pediu apoio internacional "em massa", e que as autoridades controlem o processo de reconstru��o. Por�m, muitos haitianos desconfiam do presidente Ren� Pr�val e denunciam a falta de transpar�ncia e coordena��o das autoridades, centraliza��o excessiva, interesses pessoais superiores aos interesses coletivos, um sistema educacional deficiente e a aus�ncia de pol�ticas urban�sticas.

Os haitianos expressam impaci�ncia e se dizem emocionados com a generosidade internacional, mas querem algo al�m da ajuda de emerg�ncia. "Os ocidentais vieram ajudar: � extraordin�rio, mas isso n�o vai durar. Ao inv�s de nos dar o peixe, poderiam nos ensinar a pescar", resumiu o pastor evang�lico Andre Muscadin.

"� imperativo que os governos estrangeiros acompanhem o governo haitiano, que nos deem forma��o", disse Sonel Luois, contador de 42 anos. "O Haiti j� precisava de uma reconstru��o antes desta cat�strofe, precisamos mudar esta sociedade, talvez seja o momento de pensar em um novo Haiti."

Trag�dia

O terremoto aconteceu �s 16h53 do �ltimo dia 12 (19h53 no hor�rio de Bras�lia) e teve epicentro a 15 quil�metros de Porto Pr�ncipe, que ficou virtualmente devastada. O Pal�cio Nacional e a maioria dos pr�dios oficiais desabaram. O mesmo aconteceu na sede da Minustah, miss�o de paz da ONU, liderada militarmente pelo Brasil.

Ainda n�o h� um dado preciso do total de mortos. O balan�o das Na��es Unidas divulgado nesta segunda-feira indica um total de 112.250 mortos e outros 194 mil feridos. J� o governo haitiano confirmou neste domingo que o n�mero de mortos no pa�s j� atingiu 150 mil somente na regi�o metropolitana de Porto Pr�ncipe.

Entre os brasileiros, 21 morreram, sendo 18 militares e tr�s civis --a brasileira Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Crian�a, o chefe-adjunto civil da miss�o da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa, e uma brasileira com dupla-cidadania europeia que n�o teve a identidade divulgada a pedido da fam�lia.

Coment�rios dos leitores
Ze Vitrola (72) 02/02/2010 20h53
Ze Vitrola (72) 02/02/2010 20h53
Gandin, escreveu:
" ... imagino que uma pessoa fale tanto mal do presidente, n�o deva nem jogar lixo na lixeira e, sim, em via p�blica da janela do importado dele. (risos).
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Vc � um daqueles que nem sabe o que fala ou escreve, ent�o a gente precisa desenhar. Se vc nunca me viu, n�o sabe se sou mais magro ou mais gordo, como pode inventar uma asneira dessa para ter o que escrever? Isso � ser leviano, infantil.
sem opini�o
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marcos cesar fernandes (232) 02/02/2010 19h10
marcos cesar fernandes (232) 02/02/2010 19h10
Sr. Jose R. N. Filho. Gostei muito de seu testemunho e isso prova que h� pessoas que sabem aproveitar os lim�es que a vida lhe oferecem e transforma-los em limonada. No caso das crian�as haitianas houve muito desrespeito, pois o pa�s, apesar de viver uma situa��o ca�tica, ainda tem suas leis e leis devem ser respeitadas.
No Brasil existem as leis que pegam e as que n�o pegam. Dentre as que pegaram est� a Lei de Gerson, infeliz propaganda de cigarro feita por quem pela l�gica deveria ser totalmente contra, por tratar-se de um atleta. N�o podemos esquecer que o tabagismo, assim como o alcoolismo, s�o agentes causais da press�o alta. Como essa lei vale para todas as camadas socias, possivelmente existem milhares de m�es pelo Brasil afora que se sentem orgulhosas quanto seus filhos fazem uso dela e se tornam cidad�os expressivos na sociedade, n�o por seus feitos positivos, mas por obterem prest�gio e admira��o justamente por serem espertos e aproveitadores.
Vejo como um fator positivo para o Haiti a sua proximidade com os EUA e seu grande mercado. Se se aproveitar o clima tropical para produzir frutas como o abacaxi e o mam�o papaya que praticamente s� � produzido no Hawai, o Haiti ter� um importador garantido, e nestas duas culturas n�s brasileiros somos experts. Pode-se aproveitar o clima da ilha para produzir cacau, abacate, seringais, uvas etc.
Cabe a agora aos paises com bom know-how agr�cola se disporem a ajudar o Haiti, e s� assim sair�o desse est�gio de atrazo.
sem opini�o
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Regina Martins (141) 02/02/2010 09h27
Regina Martins (141) 02/02/2010 09h27
Para onde est�o sendo levadas as crian�as haitianas?
Para uma vida melhor, uma ado��o justa?
Ou ser�o escravos de pessoas ditas boazinhas?
Acho q a UNICEF tem a obriga��o de apurar.
7 opini�es
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