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Primavera de Praga foi movimento para "humanizar" o comunismo
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FERNANDA BARBOSA
Colabora��o para a Folha Online
A Primavera de Praga foi um movimento encabe�ado pelo l�der comunista Alexander Dubcek para "humanizar" o Partido Comunista na Tchecoslov�quia que, na �poca, desagradou a ex-Uni�o Sovi�tica (URSS) e os partid�rios do ditador J�sef Stalin.
Dubcek assumiu o governo da Tchecoslov�quia em janeiro de 1968 e promoveu reformas pol�ticas, sociais, econ�micas e culturais. Ele pretendia criar um socialismo com "face mais humana", no qual todo membro do Partido Comunista teria o dever de agir segundo sua pr�pria consci�ncia, e n�o apenas de acordo com o que ditava o regime socialista de Moscou.
Ao mesmo tempo, a Tchecoslov�quia (hoje Rep�blica Tcheca) se aproximava economicamente da Alemanha Ocidental, o que se mostrava contra os interesses sovi�ticos.
CTK |
Moradores de Praga cercam de tanques sovi�ticos, em 21 de agosto de 1968 |
Os efeitos da Primavera de Praga na Tchecoslov�quia foram amplos. Com a liberdade de imprensa restabelecida, houve um retorno no interesse de formas alternativas de organiza��o pol�tica.
Com isso, antigos membros do Partido Social Democrata, fundido � for�a com o Partido Comunista em 1948, tentaram restabelec�-lo.
Igrejas crist�s voltaram a ser ativas, assim como movimentos pelas minorias e pelos direitos civis. A ex-Uni�o Sovi�tica se mostrou absolutamente contr�ria �s mudan�as, apoiada pela Pol�nia e pela Alemanha Oriental.
Dubcek recusou um convite para participar de um encontro com os l�deres dos pa�ses do Pacto de Vars�via [alian�a assinada em 1955 pelos pa�ses socialistas do leste Europeu] e recebeu uma carta em 15 de julho dizendo que era seu "dever" conter o movimento contra-revolucion�rio pelo qual seu pa�s estava passando.
Mas Dubcek acreditava que poderia resolver as diferen�as com os vizinhos comunistas e compareceu a uma reuni�o posterior organizada em uma cidade eslovaca para realizar um acordo com os l�deres socialistas.
Invas�o
Por�m, em 20 de agosto, as tropas da ex-URSS e do Pacto de Vars�via invadiram e ocuparam a Tchecoslov�quia, em uma tentativa de reprimir o movimento reformista.
Praga, hoje capital da Rep�blica Tcheca, foi invadida por 650 soldados sovi�ticos e dos pa�ses do Pacto de Vars�via. Em uma semana, a Primavera de Praga foi esmagada pelas tropas.
CTK |
Moradores de Praga lan�am tochas acesas e tentam conter avan�o de tanque sovi�tico |
No entanto, politicamente, a invas�o foi um fracasso. Autoridades sovi�ticas levaram Dubcek e outros l�deres tchecoslovacos para Moscou, mas falharam em colocar um partido alternativo e l�deres de governo que os eslovacos aceitassem.
A popula��o reagiu � invas�o pacificamente, com m�todos de improvisa��o --as placas das ruas foram modificadas para que os sovi�ticos se perdessem.
A vida continuava como se as tropas do Pacto de Vars�via n�o estivessem em Praga, apesar do corte nos meios de comunica��o, da falta de suprimentos e da aus�ncia de lideran�a.
O comit� comunista agendado para 22 de agosto elegeu um comit� central pr�-Dubcek. A Assembl�ia Nacional tamb�m declarou lealdade ao l�der, e manteve suas sess�es plen�rias.
Controle
No dia 23 de agosto, o presidente Svoboda, acompanhado por Dubcek, retornou a Praga para dizer aos socialistas qual seria o pre�o a pagar por ter um socialismo humano: as tropas sovi�ticas permaneceriam na Tchecoslov�quia, e manteriam controles r�gidos sobre as atividades culturais e pol�ticas.
O congresso do Partido Comunista foi declarado inv�lido pelos sovi�ticos.
Em janeiro de 1969, um estudante cometeu suic�dio em protesto contra as viola��es da independ�ncia nacional. A popula��o se impressionou, e os movimentos pelo "socialismo humano" reiniciaram.
Gradualmente, Dubcek negou ajuda aos seus aliados, at� que encontrou-se isolado.
A linha dura do partido se fortaleceu e Gust�v Hus�k substituiu Dubcek, em 17 de abril de 1969. Ele prop�s a normaliza��o das rela��es da Tchecoslov�quia com a ex-URSS.
Fonte: Enciclop�dia Britannica
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