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24/06/2005 - 09h59

Mito Carlos Gardel vive 70 anos ap�s sua morte

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da France Presse, em Montevid�u

Aclamado com paix�o por multid�es nas duas d�cadas que antecederam sua morte, em 24 de junho de 1935, Carlos Gardel � hoje, 70 anos depois, um mito que se mant�m intacto dando raz�o �queles que afirmam, sem pudor, que "a cada dia ele canta melhor".

Suas 1.500 can��es continuam sendo executadas em emissoras de r�dios dos tr�s continentes, seus 20 filmes ainda ocupam um espa�o nas programa��es de televis�o, e seu t�mulo continua sendo um local de peregrina��o, assim como os museus dedicados a ele em v�rios pa�ses.

Reprodu��o
Carlos Gardel levou o tango para o mundo
Carlos Gardel levou o tango para o mundo
Gardel foi o homem que levou o tango dos sub�rbios das cidades do Rio da Prata at� Nova York, escala bem sucedida � sua invas�o parisiense. Ele tamb�m foi o s�mbolo do amor ao turfe e o sucesso irresist�vel com as loiras platinadas dos Anos Loucos do per�odo entre-guerras.

Ao mesmo tempo, � a eterna caricatura cercada de filigranas ainda presente nos �nibus e caminh�es de Buenos Aires, que preservam a imagem do eterno playboy sempre trajando smoking, com cigarreira de ouro e bebedor contumaz.

Al�m de tudo isso est� o eterno sorriso que, as fotografias comprovam, ele ostentava a cada momento. Sorriso que os desenhistas de hoje continuam ampliando a cada ano um pouco mais, enquanto s� faz aumentar a pol�mica sobre se nasceu na cidade francesa de Toulouse (sul) ou na regi�o rural uruguaia de Tacuaremb�.

A devo��o popular lhe rendeu dezenas de apelidos, alguns superlativos, outros ir�nicos ou po�ticos, tais como "El Mudo", "El Mago" ou "Zorzal Criollo", em alus�o a uma ave cantora dos pampas e � sua origem de filho de europeus. Mas para todos � simplesmente "Carlitos".

Seus filmes, grava��es, as muitas turn�s pela Am�rica Latina, Europa e Nova York, as milhares de apresenta��es em cabar�s, clubes noturnos, audit�rios de r�dio e teatros forjaram o mito de cantor de tangos, 'latin lover', playboy, gal�.

Sua morte repentina, em um acidente de avi�o, quando estava no auge da fama, com a voz e a figura intactas, o poupou da lenta decad�ncia da velhice e o fixou na mem�ria coletiva em seu melhor momento.

Rever�ncia

Talvez por isso o t�mulo de Carlos Gardel, no cemit�rio de Chacarita, em Buenos Aires, seja at� hoje um local de peregrina��o, onde muitos o veneram com uma devo��o quase religiosa. Uma enorme est�tua em bronze em que Gardel aparece trajando seu t�pico fraque e com um cigarro na m�o se destaca no enorme cemit�rio de 95 hectares.

Os visitantes s�o latino-americanos, europeus e at� mesmo japoneses. Para alguns � uma atra��o tur�stica. Outros chegam com fervor m�stico e, como se tratasse de um integrante do pante�o de alguma religi�o id�latra, lhe pedem favores e lhe deixam oferendas.

Mas n�o s� Buenos Aires, cidade adotiva do cantor, presta tributos a ele. Em Medellin, Col�mbia, onde ele morreu, h� um museu montado ao redor de uma cadeira de barbearia que "El Mudo" costumava freq�entar.

No Chile Gardel tamb�m continua vivo. Mas naquele pa�s, a cada 24 de junho n�o se comemora a morte de "Carlitos", mas o nascimento do mito gardeliano. Durante todo o m�s, um festival nas salas de Santiago, Vi�a del Mar, e outras cidades. � "uma homenagem ao nascimento do mito e n�o � morte de Gardel", explica o ator Jorge Alis, organizador das comemora��es chilenas.

O Uruguai � um caso � parte, com particularidades �nicas. Em Montevid�u existe uma emissora de r�dio em amplitude moderada que transmite durante seis horas por dia --em 12 blocos-- exclusivamente can��es de Gardel. � um repert�rio limitado �s 400 grava��es de melhor qualidade t�cnica que a r�dio repete sem cessar por 40 anos.

Em Tacuaremb�, a pequena cidade que reivindica ser a cidade natal de Gardel, existe uma emissora de TV a cabo chamada de Telegardel.

Carreira

Carlos Gardel cantou como poucos as coisas do cotidiano, a alma do povo, os bairros de ruazinhas estreitas, os amores --femininos ou pela terra-- e aos cavalos de corrida e as desventuras dos aficionados do turfe.

Ele iniciou sua carreira em 1913 no cabar� Armenonville de Buenos Aires, sua p�tria art�stica e por ado��o, pois se naturalizou argentino em 1920, que o levou aos palcos de Brasil, Uruguai, Estados Unidos (sobretudo Nova York), Espanha, Fran�a, Porto Rico, Venezuela, Col�mbia, Chile e Paris.

Musicalmente, o canto de Gardel era de uma inflex�o intransfer�vel, devido ao seu caloroso e diferenciado timbre de bar�tono. Ele ostentava uma imposta��o natural impec�vel e todas as suas notas eram cheias e uniformes: quando cantava, a m�sica e a palavra eram de uma unidade indestrut�vel.

Em n�meros, o fen�meno Gardel chegou a totalizar 20 filmes entre mudos, sonoros e curtas-metragens, algo que faz com que chegue a ser apontado como um dos criadores do que agora se denomina videoclipe.

Ele comp�s cerca de 30 temas, entre eles "El d�a que me quieras", "Arrabal Amargo" e "Por una cabeza" e fez 1500 grava��es, registradas com o sistema ac�stico com os primeiros microfones.
Sua voz � repetida em milh�es de discos, que do formato original e das 78 rota��es por minuto, foram passando ao vinil, � fita cassete e ao CD.

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