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01/06/2005 - 09h00

"A Selva" desvenda a Amaz�nia dos "escravos da borracha"

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CAMILA MARQUES
da Folha Online

Com 19 atores brasileiros no elenco, entre eles Mait� Proen�a, Gracindo J�nior, Cl�udio Marzo, Chico Diaz e Jo�o Acaiabe, "A Selva", quinto longa do diretor portugu�s Leonel Vieira, 34, estr�ia nesta sexta-feira (03) em 60 salas de 16 Estados no Brasil --20 delas em S�o Paulo. Na tela, o retrato da vida dos seringueiros da Amaz�nia no in�cio do s�culo 20.

Divulga��o
Mait� Proen�a � chamariz de filme
Mait� Proen�a � chamariz de filme
"A Selva", co-produ��o de R$ 10 milh�es de Brasil, Espanha e Portugal, � baseado no romance hom�nimo do escritor portugu�s Ferreira de Castro (1898-1974). Assim como o livro, o filme n�o possui protagonistas --apesar do que aparentam os cartazes e outdoors de divulga��o--, mas elege a selva Amaz�nica como personagem principal.

Os relatos presentes na autobiografia lan�ada em 1930 --aos 12 anos, Ferreira de Castro veio ao Brasil trabalhar na extra��o de borracha--d�o o clima ao roteiro, que traz uma s�rie de hist�rias paralelas.

Entre elas est� o romance entre o portugu�s Alberto (Diogo Morgado, �nico portugu�s com destaque) e a patroa brasileira, Dona Yay� (Mait� Proen�a). H� ainda a discuss�o do trabalho praticamente escravo nos seringais na �poca, que culmina com a fuga e recaptura de trabalhadores, e dos negros ainda tratados como escravos --Jo�o Acaiabe vive o forte personagem Tiago, que ser� respons�vel por uma reviravolta na trama.

Mesmo sem um protagonista bem definido, a trama � conduzida pelo personagem Alberto, jovem mon�rquico portugu�s que, em 1912, se encontra exilado em Bel�m (PA). Por meio de seu tio, � contratado por um capataz espanhol (o excelente ator Karra Elejalde) para trabalhar no Seringal Para�so, de Juca Trist�o (Cl�udio Marzo), em pleno cora��o da Amaz�nia.

Ap�s uma viagem de dias pelo rio Amazonas, em que as belas paisagens da mata s�o exaustivamente exibidas, Alberto aporta no seringal e logo � enviado a trabalhar na extra��o da borracha sob a prote��o do cearense Firmino (Chico Diaz), seu "tutor". Aos poucos, os dois se tornar�o grandes amigos. A cumplicidade � mantida at� mesmo quando Alberto, por conta do curso de direito iniciado em Portugal, � convocado a trabalhar no armaz�m do seringal.

Divulga��o
Produ��o mostra vida de seringueiros na Amaz�nia
Produ��o mostra vida de seringueiros na Amaz�nia
A grandiosidade da floresta transparece, essencialmente, pelos olhos de Alberto. Primeiro, assustados, ao se deparar com enormes cachoeiras, animais e a pen�ria em que vivem os seringueiros, constantemente amea�ados por �ndios, on�as e o trabalho pesado.

Longas tomadas mostram Alberto e Firmino andando pela selva, fazendo cortes na casca das seringueiras e colhendo com uma caneca a seiva (l�tex) que escorre dos cortes. O l�tex � depois enrolado em torno de um bast�o com a ajuda do calor de uma fogueira de lenha ("defuma��o"), obtendo-se "bolas" de borracha --as maiores chegavam a pesar 40 quilos. O processo que sustentou a economia de Manaus como a principal do pa�s at� 1930 � apresentado em detalhes ao espectador.

Depois de assustados, os olhos aparecem revoltados, principalmente com o tratamento dado a ele e seus colegas de trabalho --os sal�rios n�o s�o pagos devidamente, e os seringueiros ficam presos ao seu senhor como escravos, impedidos de deixar o local. O tema da escravid�o, ali�s, � o mote de uma das cenas mais fortes e bonitas do filme.

Por fim, os olhos de Alberto ficam encantados com a beleza de Dona Yay�, casada com o dono do armaz�m do Seringal Para�so e uma das poucas mulheres que habitam o lugar. O romance proibido, apesar de usado como chamariz para o p�blico, aparece pouco e perde import�ncia frente �s outras rela��es humanas que o filme traz.

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