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16/10/2003
-
07h33
VALMIR SANTOS
da Folha de S.Paulo
Simbolicamente, a psican�lise costuma interpretar que h� mais de duas pessoas numa rela��o. Um terceiro que se forma a partir da uni�o. Terceiro que por vezes se multiplica, conforme o grau das "feridas emocionais".
Em "Melanie Klein" (88), o dramaturgo brit�nico Nicholas Wright (1940-) comp�e um tri�ngulo formado pela personagem da m�e, baseada na psicanalista austr�aca Melanie Klein (1882-1960); sua filha, Melitta, que exerce o mesmo of�cio e se op�e �s teorias de Klein; e Paula, outra disc�pula da intelectual.
Segundo Eduardo Tolentino, 48, que remonta a pe�a dez anos depois, Wright "faz um belo corte de bisturi", expondo fragilidades e pot�ncias da mulher e da profissional Klein, sem apelar ao recorte biogr�fico ou pretender espelhar sua obra inteira.
O dramaturgo, que j� trabalhou no Royal Court Theatre e atualmente � residente no National Theatre (Londres), concentra a pe�a numa noite de 1934. "Noite em que os fatos s�o concentrados pela pr�pria realidade. O cerne de um momento de crise no qual se revela muito", diz Tolentino.
O pano de fundo � a morte de Hans, filho de Klein (Nath�lia Timberg), num acidente. Melitta, interpretada por Carla Marins, credita a morte a avalanches do passado. A filha acha que o irm�o cometeu suic�dio. Culpa a m�e pela educa��o pragm�tica, distante na inf�ncia. Paula (por Rita �lmor) � espectadora, c�mplice e por vezes mediadora dos conflitos. No entanto, n�o deixa de expor, ela tamb�m, suas dores.
Numa das cenas, sentadas � mesa para um ch�, Klein brinca: "Agora, quem ser� a m�e?". S�o di�logos que evocam sonhos, choros, aceita��es, rejei��es.
"Vemos uma mulher extremamente inteligente lidando com as fragilidades do ser nas rela��es consigo pr�pria e com aqueles a quem ama. � uma Melanie Klein multifacetada", diz Timberg, 74. "Percebe-se tamb�m todo o ser humano represado atr�s da mulher de ci�ncia. Essa busca de segurar-se nesse ser humano t�o complexo tem sido fascinante."
Antes do drama da vez, Timberg foi dirigida recentemente por Tolentino na com�dia "A Imprud�ncia de Ser Fiel".
MELANIE KLEIN
De: Nicholas Wright
Tradu��o e dire��o: Eduardo Tolentino
Com: Nath�lia Timberg, Carla Marins e Rita �lmor
Onde: teatro Espa�o Promon (av. Juscelino Kubitschek, 1.830, SP, tel. 0/xx/11/3847-4111)
Quando: estr�ia hoje (convidados); a partir de amanh� para o p�blico; sex, �s 21h30; s�b., �s 21h; dom., �s 19h
Quanto: de R$ 30 a R$ 40
Patrocinador: BrasilTelecom
"Feridas emocionais" de Klein ganham o palco
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da Folha de S.Paulo
Simbolicamente, a psican�lise costuma interpretar que h� mais de duas pessoas numa rela��o. Um terceiro que se forma a partir da uni�o. Terceiro que por vezes se multiplica, conforme o grau das "feridas emocionais".
Em "Melanie Klein" (88), o dramaturgo brit�nico Nicholas Wright (1940-) comp�e um tri�ngulo formado pela personagem da m�e, baseada na psicanalista austr�aca Melanie Klein (1882-1960); sua filha, Melitta, que exerce o mesmo of�cio e se op�e �s teorias de Klein; e Paula, outra disc�pula da intelectual.
Segundo Eduardo Tolentino, 48, que remonta a pe�a dez anos depois, Wright "faz um belo corte de bisturi", expondo fragilidades e pot�ncias da mulher e da profissional Klein, sem apelar ao recorte biogr�fico ou pretender espelhar sua obra inteira.
O dramaturgo, que j� trabalhou no Royal Court Theatre e atualmente � residente no National Theatre (Londres), concentra a pe�a numa noite de 1934. "Noite em que os fatos s�o concentrados pela pr�pria realidade. O cerne de um momento de crise no qual se revela muito", diz Tolentino.
O pano de fundo � a morte de Hans, filho de Klein (Nath�lia Timberg), num acidente. Melitta, interpretada por Carla Marins, credita a morte a avalanches do passado. A filha acha que o irm�o cometeu suic�dio. Culpa a m�e pela educa��o pragm�tica, distante na inf�ncia. Paula (por Rita �lmor) � espectadora, c�mplice e por vezes mediadora dos conflitos. No entanto, n�o deixa de expor, ela tamb�m, suas dores.
Numa das cenas, sentadas � mesa para um ch�, Klein brinca: "Agora, quem ser� a m�e?". S�o di�logos que evocam sonhos, choros, aceita��es, rejei��es.
"Vemos uma mulher extremamente inteligente lidando com as fragilidades do ser nas rela��es consigo pr�pria e com aqueles a quem ama. � uma Melanie Klein multifacetada", diz Timberg, 74. "Percebe-se tamb�m todo o ser humano represado atr�s da mulher de ci�ncia. Essa busca de segurar-se nesse ser humano t�o complexo tem sido fascinante."
Antes do drama da vez, Timberg foi dirigida recentemente por Tolentino na com�dia "A Imprud�ncia de Ser Fiel".
MELANIE KLEIN
De: Nicholas Wright
Tradu��o e dire��o: Eduardo Tolentino
Com: Nath�lia Timberg, Carla Marins e Rita �lmor
Onde: teatro Espa�o Promon (av. Juscelino Kubitschek, 1.830, SP, tel. 0/xx/11/3847-4111)
Quando: estr�ia hoje (convidados); a partir de amanh� para o p�blico; sex, �s 21h30; s�b., �s 21h; dom., �s 19h
Quanto: de R$ 30 a R$ 40
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