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20/01/2002
-
09h36
ROBERTO OLIVEIRA
da Revista da Folha
At� alguns anos atr�s, formar grupos ou associa��es para resolver problemas da cidade era, literalmente, coisa de pobre. Foram os moradores da periferia que, no final dos anos 40, come�aram a se juntar em Sociedades de Amigos de Bairros, para brigar por direitos b�sicos como ilumina��o, saneamento, escolas e postos de sa�de.
Abafados durante o regime militar, esses movimentos reapareceram nos anos 70 e explodiram na d�cada seguinte, com a redemocratiza��o do pa�s. Na transi��o dos anos 80 para os 90, a explos�o da viol�ncia e o sucesso obtido pelas ONGs nos EUA, dez anos antes, fizeram a mobiliza��o chegar � classe m�dia. Enquanto a periferia retomava a luta para ter o m�nimo, os remediados come�avam a se mobilizar para n�o perder conquistas.
"A elite nunca cuidou de S�o Paulo. Nos anos 10 e 20, criou uma cidade aristocr�tica, sempre voltada aos pequenos n�cleos. Com o empobrecimento da classe m�dia, come�aram a surgir alguns movimentos", diz o soci�logo L�cio Kowarick, 63, da USP.
A cidadania virou uma quest�o de sobreviv�ncia. "Uma parcela crescente da popula��o vem percebendo que n�o h� como conservar ou ampliar sua qualidade de vida sem a��o conjunta", explica C�ndido Malta Campos Filho, 65, professor de urbanismo da USP e membro do conselho do movimento Defenda S�o Paulo. "Se a classe m�dia continuar fechada em si mesma, afunda junto com toda a sociedade."
A abertura em dire��o ao coletivo trouxe, de forma ainda t�mida, a percep��o de que cada um tem de fazer sua parte. A grande maioria ainda se volta mais ao assistencialismo, mas pipocam tamb�m as organiza��es preocupadas com a cidadania. "Estamos come�ando a rever essas quest�es de que n�o adianta s� dar dinheiro. Estamos come�ando a buscar as causas dos problemas", afirma o soci�logo Silvio Caccia Bava, 51, da Abong (Associa��o Brasileira de Organiza��es N�o-Governamentais).
A participa��o n�o tem f�rmula ou modelo; pode ser uma atua��o solit�ria (mas sempre solid�ria), como o porteiro que virou "zelador da cidade" ou o empres�rio que adotou pra�as e canteiros p�blicos; ou em grupos, como os radioamadores que faxinam a Guarapiranga, os ex-alunos que recuperam a escola estadual ou os vizinhos que se juntaram para melhorar o lugar em que moram, sejam ele no Alto da Lapa ou no Jardim �ngela. Fa�a sua op��o.
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At� alguns anos atr�s, formar grupos ou associa��es para resolver problemas da cidade era, literalmente, coisa de pobre. Foram os moradores da periferia que, no final dos anos 40, come�aram a se juntar em Sociedades de Amigos de Bairros, para brigar por direitos b�sicos como ilumina��o, saneamento, escolas e postos de sa�de.
Abafados durante o regime militar, esses movimentos reapareceram nos anos 70 e explodiram na d�cada seguinte, com a redemocratiza��o do pa�s. Na transi��o dos anos 80 para os 90, a explos�o da viol�ncia e o sucesso obtido pelas ONGs nos EUA, dez anos antes, fizeram a mobiliza��o chegar � classe m�dia. Enquanto a periferia retomava a luta para ter o m�nimo, os remediados come�avam a se mobilizar para n�o perder conquistas.
"A elite nunca cuidou de S�o Paulo. Nos anos 10 e 20, criou uma cidade aristocr�tica, sempre voltada aos pequenos n�cleos. Com o empobrecimento da classe m�dia, come�aram a surgir alguns movimentos", diz o soci�logo L�cio Kowarick, 63, da USP.
A cidadania virou uma quest�o de sobreviv�ncia. "Uma parcela crescente da popula��o vem percebendo que n�o h� como conservar ou ampliar sua qualidade de vida sem a��o conjunta", explica C�ndido Malta Campos Filho, 65, professor de urbanismo da USP e membro do conselho do movimento Defenda S�o Paulo. "Se a classe m�dia continuar fechada em si mesma, afunda junto com toda a sociedade."
A abertura em dire��o ao coletivo trouxe, de forma ainda t�mida, a percep��o de que cada um tem de fazer sua parte. A grande maioria ainda se volta mais ao assistencialismo, mas pipocam tamb�m as organiza��es preocupadas com a cidadania. "Estamos come�ando a rever essas quest�es de que n�o adianta s� dar dinheiro. Estamos come�ando a buscar as causas dos problemas", afirma o soci�logo Silvio Caccia Bava, 51, da Abong (Associa��o Brasileira de Organiza��es N�o-Governamentais).
A participa��o n�o tem f�rmula ou modelo; pode ser uma atua��o solit�ria (mas sempre solid�ria), como o porteiro que virou "zelador da cidade" ou o empres�rio que adotou pra�as e canteiros p�blicos; ou em grupos, como os radioamadores que faxinam a Guarapiranga, os ex-alunos que recuperam a escola estadual ou os vizinhos que se juntaram para melhorar o lugar em que moram, sejam ele no Alto da Lapa ou no Jardim �ngela. Fa�a sua op��o.
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