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06/05/2007
-
08h07
DI�GENES MUNIZ
da Folha Online
Garrafas, pedras, balas de borracha e bombas de g�s lacrimog�neo invadiram a programa��o da Virada Cultural no centro de SP na madrugada de s�bado para domingo. Ap�s um quebra-quebra entre a Pol�cia Militar e os f�s do grupo de rap Racionais MCs na pra�a da S�, a viol�ncia se alastrou para outras ruas e interrompeu pelo menos outros dois palcos --estes no largo da Miseric�rdia.
Ao menos cinco pessoas ficaram feridas, de acordo com apura��o pr�via reportagem e dados do Corpo de Bombeiros. O trabalho das ambul�ncias �s 6h da manh� era ininterrupto, assim como o barulho das bombas de efeito moral. Houve amea�as com armas --n�o apenas por parte de PM-- e foram disparados tiros para o alto.
A organiza��o n�o quis estimar um n�mero de presentes na regi�o da pra�a da S�, mas o show era visto at� de ruas paralelas. A Virada Cultural divulgou que cerca de 3 milh�es de pessoas participaram do evento inteiro nesta madrugada, ocupando todo o centro de S�o Paulo.
A confus�o come�ou por volta das 4h50. O grupo de rap composto por Mano Brown, Edy Rock, Kl Jay e Ice Blue havia tocado por cerca de 25 minutos quando algumas pessoas subiram em uma banca de jornal na lateral da pra�a.
A PM exigiu que sa�ssem, o que iniciou o confronto. A For�a T�tica entrou em a��o, atirando balas de borracha e bombas de efeito moral enquanto o show acontecia. A resposta veio na forma de pedradas e garrafadas.
PM X Racionais
A viol�ncia se alastrou e virou p�nico por volta das 5h30, quando centenas de pessoas correram em ruas estreitas para evitar se ferir. A briga subiu at� as escadaria da catedral da S� e ao pr�prio palco, que amanheceu com cheiro de lacrimog�neo.
Mano Brown ora apaziguava os �nimos, ora cutucava a pol�cia. "A�, vamos ignorar a pol�cia. A festa � nossa", gritou, antes de tentar prosseguir com as m�sicas, sem sucesso. A apresenta��o foi interrompida pela primeira vez no �pice da euforia da plat�ia, quando o grupo tocava "Vida Loka".
A hostilidade entre f�s do grupo e policiais era vis�vel, antes mesmo de agress�es f�sicas. Parcela da plat�ia decidiu cantar gesticulando para viaturas e quem mais estivesse fardado, em vez de acompanhar o palco.
Parte da euforia dos presentes se deve tamb�m � longa espera madrugada adentro. O show estava marcado para as 3h, mas come�ou com uma hora e meia de atraso. A cada nova atra��o que entrava no palco, prometia-se: "Em seguida, Racionais Mcs!". Em v�o.
Segundo o tenente da PM Jackson [n�o quis falar o sobrenome], respons�vel pela a��o policial na S�, as autoridades agiram com equil�brio. "Eles [os f�s] subiram na banca e tentaram invadir apartamentos pelas janelas, foi indecente", disse � Folha Online. A PM culpou ainda o conjunto de rap pelo confronto. O grupo � conhecido por ter letras combativas, sobretudo em rela��o a abusos policiais.
"� s� ver o hist�rico do Racionais. Acaba sempre assim. Mas n�s j� est�vamos preparados para isso acontecer", afirmou o tenente.
De acordo com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que chegou ao palco �s 3h e saiu durante a confus�o, a atitude da PM foi "exagerada". O pol�tico j� acompanhou o Racionais em outras ocasi�es. "Nunca tinha visto a pra�a da S� t�o cheia. Mas, olha, os PMs estavam mais nervosos que o p�blico e usaram mais for�a do que necess�rio."
Por volta das 6h30, o cen�rio na pra�a da S� era de p�s-guerra. Carros amassados e com vidros trincados, orelh�es arrancados, banheiros qu�micos depredados e grades no ch�o compunham a cena.
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da Folha Online
Garrafas, pedras, balas de borracha e bombas de g�s lacrimog�neo invadiram a programa��o da Virada Cultural no centro de SP na madrugada de s�bado para domingo. Ap�s um quebra-quebra entre a Pol�cia Militar e os f�s do grupo de rap Racionais MCs na pra�a da S�, a viol�ncia se alastrou para outras ruas e interrompeu pelo menos outros dois palcos --estes no largo da Miseric�rdia.
Ao menos cinco pessoas ficaram feridas, de acordo com apura��o pr�via reportagem e dados do Corpo de Bombeiros. O trabalho das ambul�ncias �s 6h da manh� era ininterrupto, assim como o barulho das bombas de efeito moral. Houve amea�as com armas --n�o apenas por parte de PM-- e foram disparados tiros para o alto.
| Mastrangelo Reino/Folha Imagem |
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| PM atira durante tumulto na pra�a da S� |
A organiza��o n�o quis estimar um n�mero de presentes na regi�o da pra�a da S�, mas o show era visto at� de ruas paralelas. A Virada Cultural divulgou que cerca de 3 milh�es de pessoas participaram do evento inteiro nesta madrugada, ocupando todo o centro de S�o Paulo.
A confus�o come�ou por volta das 4h50. O grupo de rap composto por Mano Brown, Edy Rock, Kl Jay e Ice Blue havia tocado por cerca de 25 minutos quando algumas pessoas subiram em uma banca de jornal na lateral da pra�a.
A PM exigiu que sa�ssem, o que iniciou o confronto. A For�a T�tica entrou em a��o, atirando balas de borracha e bombas de efeito moral enquanto o show acontecia. A resposta veio na forma de pedradas e garrafadas.
PM X Racionais
A viol�ncia se alastrou e virou p�nico por volta das 5h30, quando centenas de pessoas correram em ruas estreitas para evitar se ferir. A briga subiu at� as escadaria da catedral da S� e ao pr�prio palco, que amanheceu com cheiro de lacrimog�neo.
Mano Brown ora apaziguava os �nimos, ora cutucava a pol�cia. "A�, vamos ignorar a pol�cia. A festa � nossa", gritou, antes de tentar prosseguir com as m�sicas, sem sucesso. A apresenta��o foi interrompida pela primeira vez no �pice da euforia da plat�ia, quando o grupo tocava "Vida Loka".
| Mastrangelo Reino/Folha Imagem |
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| PMs tentam se organizar em confronto contra pessoas que assistiam ao show do Racionais |
A hostilidade entre f�s do grupo e policiais era vis�vel, antes mesmo de agress�es f�sicas. Parcela da plat�ia decidiu cantar gesticulando para viaturas e quem mais estivesse fardado, em vez de acompanhar o palco.
Parte da euforia dos presentes se deve tamb�m � longa espera madrugada adentro. O show estava marcado para as 3h, mas come�ou com uma hora e meia de atraso. A cada nova atra��o que entrava no palco, prometia-se: "Em seguida, Racionais Mcs!". Em v�o.
Segundo o tenente da PM Jackson [n�o quis falar o sobrenome], respons�vel pela a��o policial na S�, as autoridades agiram com equil�brio. "Eles [os f�s] subiram na banca e tentaram invadir apartamentos pelas janelas, foi indecente", disse � Folha Online. A PM culpou ainda o conjunto de rap pelo confronto. O grupo � conhecido por ter letras combativas, sobretudo em rela��o a abusos policiais.
"� s� ver o hist�rico do Racionais. Acaba sempre assim. Mas n�s j� est�vamos preparados para isso acontecer", afirmou o tenente.
De acordo com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que chegou ao palco �s 3h e saiu durante a confus�o, a atitude da PM foi "exagerada". O pol�tico j� acompanhou o Racionais em outras ocasi�es. "Nunca tinha visto a pra�a da S� t�o cheia. Mas, olha, os PMs estavam mais nervosos que o p�blico e usaram mais for�a do que necess�rio."
Por volta das 6h30, o cen�rio na pra�a da S� era de p�s-guerra. Carros amassados e com vidros trincados, orelh�es arrancados, banheiros qu�micos depredados e grades no ch�o compunham a cena.
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