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27/10/2002 - 23h55

Leia a �ntegra do primeiro discurso de Lula como presidente eleito

da Folha de S.Paulo

Confira abaixo a �ntegra do primeiro discurso de Luiz In�cio Lula da Silva como presidente eleito do Brasil:

"Bem, eu quero dizer a todos voc�s que amanh�, por volta da meio-dia, n�s iremos fazer uma coletiva, onde eu irei fazer um pronunciamento. Hoje � apenas alguns agradecimentos.

Primeiro, eu quero dar parab�ns ao povo brasileiro pelo extraordin�rio espet�culo de democracia que ele deu no dia 27 de outubro de 2002, escolhendo o seu presidente da Rep�blica e seus governadores.

Segundo, eu queria agradecer e cumprimentar o comportamento das autoridades que cuidaram do processo eleitoral, pelo Tribunal Superior Eleitoral e o seu presidente, Nelson Jobim. Meus agradecimentos ao presidente Fernando Henrique Cardoso pelo fato de ter anunciado � sociedade brasileira que possivelmente tenhamos a mais sensata e a mais democr�tica transi��o j� vista no nosso pa�s.

Quero agradecer aos milh�es e milh�es de homens, mulheres e adolescentes que votaram em mim e no companheiros Jos� Alencar e agradecer aos milh�es e milh�es de homens, mulheres e adolescentes que votaram no meu advers�rio, que se abstiveram de votar, porque eu acho que essa atitude, esse comportamento do povo � o que consolida a democracia no nosso pa�s.

Quero dizer para voc�s que esse resultado eleitoral me obriga a afirmar a todos voc�s que, embora tenha sido eleito pelo meu partido e pelos aliados do PC do B, do PL, do PCB e do PMN, a partir do dia 1� de janeiro, eu serei presidente de 175 milh�es de brasileiros.

Queria dizer para voc�s que a responsabilidade de governar � muito grande. Eu e minha equipe iremos governar esse pa�s, mas n�o seria exagero dizer pra voc�s que apenas um presidente, o seu vice e a nossa equipe n�o ser� suficiente para que a gente governe o Brasil com os seus problemas, portanto n�s vamos convocar toda a sociedade brasileira, todos os homens e mulheres de bem desse pa�s, todos os empres�rios, todo os sindicalistas, todos os intelectuais, todos os trabalhadores rurais, toda a sociedade brasileira, enfim, para que a gente possa construir um pa�s mais justo, mais fraterno e mais solid�rio.

Por �ltimo, eu quero me dirigir � comunidade internacional. Acho que o Brasil pode jogar um papel extraordin�rio nesse continente americano, para que possamos construir um mundo efetivamente de paz, onde os pa�ses possam crescer economicamente e possam crescer do ponto de vista social para todo o seu povo. E farei o que estiver ao alcance do presidente da Rep�blica do Brasil para que a paz seja uma conquista definitiva do nosso continente.

Quero dizer ao meu querido companheiro Genoino que voc� n�o perdeu a elei��o, porque voc� n�o era governador, voc� apenas deixou de ganhar.

Mas voc� vai perceber, meu companheiro Genoino, que, se voc� souber tirar proveito, uma derrota vai te deixar muito mais maduro, muito mais preparado e muito mais perto da pr�xima vit�ria. Para quem veio de Quixeramobim, ter 40 e poucos porcento de votos em S�o Paulo. Voc�, Genoino, foi um dos candidatos mais brilhantes que eu conheci. Se todo mundo tivesse o seu bom humor e a sua vontade, meu caro, o Brasil seria infinitamente melhor.

Eu quero aqui agradecer � minha companheira Benedita da Silva. A Benedita que, convencida pelo Z� Dirceu e por mim, foi cumprir um mandato de nove meses, numa situa��o extremamente dif�cil. Eu n�o tenho d�vida nenhuma que a Benedita fez o que era poss�vel fazer no per�odo que ela fez. Eu quero aproveitar e dizer aqui para voc�s que o que mais me incentivou a convencer a Benedita a assumir o governo do Rio foi o fato de ela ser negra. E ela assumir o governo do Rio de Janeiro foi a maior conquista dos negros depois da liberta��o dos escravos neste pa�s.

Por fim, eu quero dizer pra voc�s que o Brasil est� mudando em paz. E, mais importante, a esperan�a venceu o medo. E hoje eu posso dizer para voc�s que o Brasil votou sem medo de ser feliz.

Por �ltimo, eu quero agradecer essa extraordin�ria figura. Eu n�o vou elogiar os meus dirigentes, que est�o a�. J� conversei com meu advers�rio, Jos� Serra, recebi um telefonema dele agora pouco. J� conversei com muitas outras pessoas pelo pa�s afora. J� agradeci em p�lbico � minha mulher durante muito tempo, durante a campanha. Mas acho que esse companheiro aqui n�o foi a �nica mas foi uma das coisas mais extraordin�rias que aconteceram nessa campanha de 2002. Z� Alencar e eu n�o vamos ser um presidente e um vice. N�s vamos ser parceiros nos bons e nos maus momentos, vamos ser companheiros. E voc�s sabem que, quando eu falo companheiro, falo companhiro com uma coisa muito forte no cora��o, porque nem todo irm�o � um grande companheiro, mas todo companheiro � um grande irm�o. E voc� � um grande companheiro, meu querido Z� Alencar.

� que eu n�o posso ficar com o microfone que eu tenho vontade de falar. N�s vamos ter que ir para a avenida Paulista, tem muita gente l�. Amanh� n�s vamos ter uma coletiva, mas... que vou fazer um pronunciamento. Eu ainda tenho que cumprimentar algumas delega��es de estrangeiros que est�o a�.

Quero agradecer do fundo da minha alma a todos os companheiros que no primeiro turno e no segundo turno trabalharam de forma incans�vel. Quero agradecer � dire��o do meu partido e a dire��o dos partidos aliados. Quero dizer que sem voc�s eu n�o seria o Lulinha paz e amor dessa campanha. Muito obrigado.


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