O Ministério do Interior da França divulgou números da segurança para recepção às Paralimpíadas, com abertura marcada para 28 de agosto e encerramento dia 8 de setembro. Com a redução na expectativa de público em relação às Olimpíadas, o número de policiais civis e militares nas ruas também será menor.
"Estamos entrando no segundo tempo depois de uma Olimpíada que nos fez sonhar", disse na terça-feira (20) Gérald Darmanin, ministro do Interior francês, que detalhou as medidas de segurança adotadas para os Jogos Paralímpicos de Paris.
Ele anunciou que até 25 mil policiais civis e militares seriam mobilizados, juntamente com 10 mil seguranças particulares, e elogiou o trabalho das forças da lei e da ordem, dos serviços de inteligência e da Defesa Civil da França que contribuíram muito, segundo ele, para o sucesso notável da "primeira metade" dos Jogos.
Na divulgação para a imprensa também estavam presentes Tony Estanguet, presidente do comitê organizador dos Jogos de Paris, e a ministra do Esporte, Amélie Oudéa-Castéra.
Tony Estanguet saudou na terça-feira a decisão de manter "o nível de mobilização para garantir a segurança da passagem da tocha dos Jogos Paralímpicos". Ele indicou que já foram vendidos mais de 1,7 milhões de bilhetes. Além disso, revelou que pelo menos 300 mil ingressos serão distribuídos gratuitamente, incluindo 200 mil para escolas.
Apesar do número menor de agentes de segurança nas Paralimpíadas em comparação aos Jogos Olímpicos, o ministro Darmanin insistiu na "necessidade absoluta de segurança".
Nas Olimpíadas —entre 23 de julho e 11 de agosto—, Paris contou com 35 mil policiais civis e militares, 18 mil militares franceses, além de aproximadamente 2 mil agentes de uma força tarefa de policiais estrangeiros, incluindo do Brasil, para patrulhar a cidade, que recebeu cerca de 12 milhões de visitantes no período.
Desta vez, nas datas dos Jogos Paralímpicos, a capital francesa aguarda a visita de um terço de espectadores, ou seja, 4 milhões de pessoas, sendo 10% estrangeiros, segundo estimativa.
Gérald Darmanin e Amélie Oudéa-Castéra, relembraram que os Jogos Paralímpicos acontecem no período de volta às aulas na França, época em que muitos franceses também retornam das férias de verão.
Com isso, alertaram para potenciais complicações, especialmente no transporte público, mas garantiram que, do lado da segurança, todos estão prontos para dar continuidade a Paris 2024.
Medo de atentados continua?
Referindo-se às ameaças terrorista ou provenientes de grupos de protesto, Gérald Darmanin indicou "que não existe ameaça real", acrescentando de imediato: "Estamos extremamente atentos", observou o ministro, que sublinhou que o trabalho de detecção e exclusão de indivíduos que possam representar um risco continua em andamento.
Num contexto internacional que continua tenso, particularmente no Oriente Médio e na Ucrânia, o ministro indicou que "a segurança das delegações sensíveis, incluindo Israel, será garantida da mesma forma que foi realizada durante os Jogos Olímpicos". Sendo assim, os 27 atletas, dois árbitros e o presidente do Comitê Paralímpico estarão "protegidos 24 horas por dia", garantiu Darmanin.
Sobre a divulgação, o Le Figaro destacou ainda o desafio para as autoridades policiais, sobre a passagem da tocha. Como acontece com todas as edições dos Jogos Paralímpicos, a chama parte de Stoke Mandeville, no Reino Unido, cidade histórica paralímpica onde foram organizados os primeiros Jogos Internacionais em 1952.
Em seguida, procissões percorrerão a França a partir do próximo domingo, 25 de agosto, atravessando 33 departamentos e cerca de 50 cidades, até chegar à pira, no Jardim de Tuileries.
No dia 28 de agosto, 15 mil policiais civis e militares estarão de plantão na cerimônia de abertura, com espera de milhares de espectadores na parte inferior da Champs-Élysées e outros 35 mil nas arquibancadas da Praça da Concórdia. Sem esquecer dos cerca de 5 mil atletas e membros técnicos de 170 delegações participantes.
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