Autor de dois gols na vitória por 3 a 0 sobre a Croácia que colocou a Argentina na final da Copa do Qatar, Julián Álvarez, 22, vive uma Copa dos sonhos.
O jovem atacante chegou ao Mundial com três gols pela seleção principal da Argentina. Passados cinco jogos, mais que dobrou o número. Já são sete.
É difícil crer que ele pudesse imaginar, antes do começo do Mundial, a situação em que se encontra agora, sendo o segundo melhor jogador da seleção, atrás apenas do supercraque Lionel Messi.
Reserva do badaladíssimo norueguês Erling Haaland em seu clube, o Manchester City, Álvarez chegou ao Mundial também na reserva, de Lautaro Martínez, 25, artilheiro da Inter de Milão, e assim permaneceu nos dois primeiros jogos —derrota diante da Arábia Saudita e vitória sobre o México.
Jogou perto de meia hora em cada um desses confrontos e na terceira partida da fase de grupos, decisiva, contra a Polônia, ganhou a chance de começar, muito devido às más apresentações de Lautaro.
Não decepcionou. Em jogo dificílimo, aliviou a Argentina ao marcar na metade da etapa final o segundo gol da equipe, que assegurou a vitória por 2 a 0 e a classificação para os mata-matas.
Voltou a brilhar nas oitavas de final, quando fez de novo o segundo gol da Argentina, fundamental no triunfo por 2 a 1 sobre a Austrália.
O camisa 9 manteve-se titular contra a Holanda e viveu momentos de aflição, quiçá de desespero, nas quartas de final.
Não por não balançar as redes dessa vez, mas porque, substituído com vantagem de 2 a 0 aos 37 minutos do segundo tempo, viu a Holanda diminuir um minuto depois e empatar nos acréscimos. Do banco, sofreu na prorrogação e na disputa de pênaltis.
Diante da Croácia, a algoz do Brasil na Copa, contribuiu decisivamente para que os argentinos não voltassem a passar sufoco.
Já com a Argentina em vantagem –Messi marcara de pênalti– pegou a bola no campo de defesa, avançou decidido, dividiu com zagueiros e só parou quando conseguiu chutar a bola para as redes.
"A sensação é de merecimento, é uma grande alegria para todos nós. Agora vamos descansar para a final", disse o atacante depois do jogo. Ele ainda marcou o terceiro da Argentina.
"Na minha família devem estar todos loucos, como em todo o país imagino. Vamos tentar ir até o fim", disse o jogador, que era chamado de "aranha" quando criança porque parecia ter mais de duas pernas quando jogava.
Os números e a atuação no Qatar deverão mudar o seu patamar no retorno ao Manchester City e comprovar que o aval do técnico Pep Guardiola para o investimento de 21 milhões de euros (R$ 117,6 milhões) na sua contratação junto ao River Plate, neste ano, valeu a pena.
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