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Wimbledon proíbe participação de russos e exclui número dois do mundo

Motivada por guerra, medida impede presença de Daniil Medvedev no torneio

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Londres

A organização do Torneio de Wimbledon anunciou nesta quarta-feira (20) que não terá tenistas russos e belarussos em sua edição de 2022, que ocorrerá entre junho e julho. A medida é uma das consequências esportivas da invasão da Ucrânia pela Rússia, apoiada pela Belarus.

Assim, o Grand Slam britânico será realizado sem a presença do número dois do mundo, o russo Daniil Medvedev.

"Nas circunstâncias de uma agressão militar injustificada e sem precedentes, seria inaceitável que o regime russo tivesse o menor benefício com a participação de tenistas russos e belarussos", diz o comunicado divulgado pelo All England Lawn Tennis Club, local que recebe a competição.

Ainda segundo a nota, há a possibilidade de revisão da decisão, mas só "se as circunstâncias mudarem materialmente entre agora e junho".

Desde o início da ofensiva russa, em 24 de fevereiro, os tenistas russos e belarussos puderam continuar participando das competições ATP e WTA com bandeira neutra. Esse dispositivo seria inicialmente estendido aos torneios de Grand Slam, algo que não se concretizou.

Daniil Medvedev não poderá disputar o torneio de Wimbledon - Geoff Burke - 28.mar.22/USA Today Sports

Não é, contudo, a primeira vez desde o início do conflito em território ucraniano que esportistas são punidos individualmente. Em março, atletas russos e belarussos não puderam participar do Mundial de Atletismo Indoor, em Belgrado, na Sérvia. Competidores dos dois países também estão proibidos de disputar a Diamond League, em maio.

Os esportistas russos do atletismo já competiam desde 2015 sob bandeira neutra em razão dos escândalos de doping no país. O artifício da bandeira neutra, entretanto, foi descartado para o Mundial Indoor e a Diamond League.

Houve também punições a equipes. A seleção russa masculina de futebol, por exemplo, foi excluída da repescagem europeia para a Copa do Mundo do Qatar, que será disputada no fim deste ano. A decisão, tomada pela Fifa, foi endossada pela Uefa.

Clubes do país e a equipe nacional feminina também foram afetados e não podem participar de torneios internacionais.

O Kremlin chamou a decisão relacionada ao veto de russos e belarussos em Wimbledon de "inaceitável". "Mais uma vez, convertem os esportistas em reféns de preconceitos políticos, de intrigas políticas", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

Após dois meses de conversas, os organizadores de Wimbledon preferiram proibir a participação de jogadores russos e belarussos a aderir a uma solução de compromisso proposta pelo governo britânico.

As negociações buscavam que os jogadores, incluindo Medvedev e a belarussa Aryna Sabalenka, semifinalista do individual feminino em Wimbledon no ano passado e quarta melhor do mundo no ranking, assinassem uma declaração segundo a qual não fariam comentários favoráveis ao presidente russo, Vladimir Putin.

Os organizadores de Wimbledon avaliam que a assinatura de tais declarações poderia ter um impacto negativo sobre as famílias dos jogadores, como a possibilidade de retaliações.

Medvedev e outros três tenistas russos estão entre os 30 melhores do ATP Tour. No circuito feminino, a Rússia conta com cinco atletas no top 40.

"Reconhecemos que isso é difícil para os indivíduos afetados e é com tristeza que eles sofrerão pelas ações dos líderes do regime russo", afirmou Ian Hewitt, presidente do All England Lawn Tennis Club.

É provável que essa medida de exclusão seja aplicada a todos os torneios britânicos de tênis deste ano. A Lawn Tennis Association (LTA), que supervisiona as principais competições de preparação para Wimbledon, como Queen's e Eastbourne, declarou que vai seguir o exemplo de Wimbledon.

Horas depois do anúncio de Wimbledon, a ATP condenou a decisão de excluir russos e belarussos do Grand Slam. A entidade classificou o veto do torneio como "injusto".

"A discriminação com base na nacionalidade também constitui uma violação do nosso acordo com Wimbledon, que afirma que a entrada de um jogador é baseada exclusivamente no Ranking ATP", acrescentou o comunicado da Associação de Tenistas Profissionais.

Relembre as principais punições ao esporte russo

Final da Champions muda de lugar
Prevista inicialmente para São Petersburgo, na Rússia, a final da Champions League desta temporada precisou mudar de sede.

A Uefa, órgão que comanda o futebol europeu, anunciou a mudança do jogo para o Stade de France, em Paris. A decisão do torneio acontecerá no dia 28 de maio.

Olimpíadas de xadrez são retiradas de Moscou
A Federação Internacional de Xadrez anunciou que a 44ª edição de suas Olimpíadas não acontecerá na Rússia. O torneio, que reúne competidores de aproximadamente 190 países, acontecerá entre 28 de julho e 10 de agosto em Chennai, na Índia.

Fifa suspende a seleção russa, que está fora da Copa
A Fifa suspendeu a seleção da Rússia de todas as competições internacionais de futebol. Com isso, os russos não puderam disputar a repescagem para a Copa do Mundo do Qatar neste ano. A decisão foi tomada em conjunto com a Uefa.

A equipe nacional disputaria a repescagem europeia contra a Polônia, pela semifinal.

A decisão da Fifa, endossada pela Uefa, afetou não só a equipe masculina russa, mas também as seleções de base, a equipe feminina e os clubes em disputas internacionais.

Federação Internacional de Atletismo exclui atletas de Rússia e Belarus
A Federação Internacional de Atletismo anunciou a exclusão de atletas, oficiais e demais funcionários da Rússia e da Belarus de competições internacionais da modalidade.

Com a medida imposta pelo órgão, que segue a recomendação feita pelo Comitê Olímpico Internacional de não convidar atletas dos dois países para torneios, nenhum competidor russo ou belarusso pôde competir no Mundial de Marcha Atlética por Equipes assim como do Campeonato Mundial Indoor, ambos em março. Eles também não poderão participar do Campeonato Mundial de Atletismo, em julho, nos Estados Unidos.

Com AFP

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