Abel Ferreira, 43, assinou a renovação de contrato com o Palmeiras. O novo vínculo do treinador com o clube termina em 31 de dezembro de 2024. O acordo dura todo o mandato da presidente Leila Pereira.
O treinador já havia sinalizado estar perto do acerto para permanecer na equipe paulista. Ele foi contratado em outubro de 2020 e deixou entendido algumas vezes que poderia sair, citando saudades da família como um dos motivos.
"Já vos disse que os primeiros a saber serão meus jogadores. Vocês sabem a relação que tenho com os atletas. São as relações que me prendem aos clubes", disse na semana passada, quando perguntado sobre a renovação.
O novo contrato com o técnico é uma vitória política de Leila Pereira, que sofreu cobranças quanto à contratação de um novo camisa 9, talvez a principal carência no atual elenco alviverde.
Abel Ferreira chegou ao Palmeiras em outubro de 2020, depois da demissão de Vanderlei Luxemburgo. Em 17 meses, o português se transformou em um dos maiores treinadores da história do clube. No período de dez meses, ganhou duas Libertadores.
A primeira, em janeiro de 2021, válida pela temporada de 2020 (que só terminou no ano seguinte em razão da pandemia de coronavírus), foi também seu primeiro título com a equipe. Poucas semanas depois, no início de março, o time alviverde venceu o Grêmio na final da Copa do Brasil, conquistando o segundo troféu de Abel no país.
Em outubro do mesmo ano, o português alcançou o seu segundo título da Libertadores, com a vitória sobre o Flamengo em Montevidéu na final, em novembro de 2021.
Em 3 de março deste ano, o treinador garantiu seu quarto título pelo Palmeiras, vencendo o Athletico-PR na decisão da Recopa Sul-Americana.
Não só com títulos, porém, o treinador conquistou a torcida palmeirense. A frase "cabeça fria, coração quente", junto com o gesto com os dedos na cabeça, tornaram-se praticamente um mantra alviverde.
Esse é também o título do livro que Abel lançou no último dia 8, que conta bastidores da sua passagem pelo clube e das conquistas internacionais.
Antes da carreira como treinador, Abel Ferreira atuou como jogador. Formado nas categorias de base do Penafiel, clube sediado próximo ao Porto, o então lateral-direito passou pelo Vitória de Guimarães e pelo Braga até chegar ao Sporting —onde jogou mais de 180 partidas e conquistou duas Supertaças e duas Taças de Portugal. Em 2011, encerrou sua carreira devido a uma lesão no joelho direito.
Nesse ano, assumiu como técnico da equipe de base do Sporting e, na temporada 2013-14, foi promovido e passou a comandar a equipe B do clube.
Em 2015, foi contratado pelo Braga, ainda como treinador da equipe B, e, em 2017, se tornou técnico da equipe principal, liderando uma boa campanha –na temporada 2017/18, o Braga jogou 52 partidas e venceu 33.
Depois de duas temporadas e meia no clube, Abel Ferreira foi convidado a comandar o grego PAOK, em uma transação de 2,5 milhões de euros, umas das mais altas envolvendo um técnico português. Ficou lá até março de 2020, quando foi contratado pelo time alviverde e se mudou para o Brasil.
Neste sábado, o Palmeiras garantiu uma vaga na final do Campeonato Paulista ao vencer o Red Bull Bragantino por 2 a 1 em casa. Essa será a nona final que o clube disputa sob o comando do técnico português.
Após o fim da partida, o clube anunciou oficialmente a permanência de Abel Ferreira. "É como família que seguiremos em frente. Com cabeça fria e o coração verde, tenho o prazer de vos dizer: se é para o bem de todos e felicidade geral da família Palmeiras, diga ao povo que fico", afirmou ele em um vídeo gravado.
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