Ou�a grava��o que indica entrega de propina a Marin, Del Nero e Teixeira
Let�cia Moreira - 9.nov.2010/Folhapress | ||
O empres�rio J. Hawilla, propriet�rio da Traffic, que assumiu culpa no pagamento de propinas e n�o pode deixar os Estados Unidos |
A Justi�a dos EUA liberou nesta quarta-feira (13) as grava��es apresentados pelos promotores americanos no julgamento do esc�ndalo de corrup��o da Fifa, em Nova York, como prova de que o ex-presidente da CBF Jos� Maria Marin e outros dirigentes esportivos receberam propinas para garantir contratos de transmiss�o de eventos esportivos para empresas de marketing.
Segundo a acusa��o, Marin teria recebido no total US$ 6,55 milh�es em propina desde que assumiu a CBF em 2012, substituindo Ricardo Teixeira.
As grava��es foram feitas pelo empres�rio J.Hawilla, dono da Traffic, r�u confesso que ajudou nas investiga��es do esc�ndalo de corrup��o da Fifa.
Em uma das grava��es, Marin conversa com Hawilla sobre supostos pagamentos de propina. Em determinado momento, o empres�rio pergunta ao dirigente se "precisa pagar um milh�o para o Teixeira" e o dirigente responde que "j� era hora de chegar o nosso lado". O empres�rio refor�a: "Esse dinheiro deveria ir para voc�s". E Marin concorda: "� isso, � isso". Ou�a o trecho da grava��o:
Reportagem publicada pela Folha no dia 5 de dezembro relatou o teor das conversas, que haviam sido apresentados no julgamento do ex-presidente da CBF.
Nas conversas mais expl�citas sobre negocia��o de pagamentos de propina reveladas no julgamento do esc�ndalo de corrup��o da Fifa, J. Hawilla, o dono da Traffic, e Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo e dono da Klefer, discutem em tom carinhoso supostos pagamentos a uma s�rie de cartolas. Eles se chamam de Jotinha e Klebinho quando iniciam o di�logo.
"Era R$ 500 mil pro Ricardo [Teixeira], R$ 500 mil pro Marco Polo [Del Nero] e R$ 500 mil pro [Jos� Maria] Marin", diz J. Hawilla, o Jotinha, a Leite, o Klebinho, lembrando um acordo que eles fizeram de pagar R$ 1,5 milh�o relativos � compra de direitos comerciais da Copa do Brasil.
Leite, em tom preocupado, discorda dos valores, dizendo que eram R$ 2 milh�es, alegando ter feito "uma equa��o para incluir mais gente" e manter seu "compromisso moral" de continuar fazendo as remessas para Ricardo Teixeira mesmo depois que o cartola havia renunciado � presid�ncia da CBF, em 2012.
O contrato firmado pela Traffic e pela Klefer com a CBF foi negociado quando Teixeira ainda estava no comando da organiza��o que regula o futebol brasileiro. Ele acertava a contrato de cess�o dos direitos de transmiss�o das Copas do Brasil de 2013 a 2022 para as empresas.
Quando Teixeira foi substitu�do no cargo por Jos� Maria Marin, ex-presidente da CBF que est� sendo julgado agora em Nova York, e Marco Polo Del Nero assumiu as fun��es de Teixeira na Fifa e na Conmebol, a propina das empresas de J. Hawilla e Leite passou a ser compartilhada pelos tr�s.
OUTRO LADO
Advogado de Ricardo Teixeira, Michel Assef Filho disse que seu cliente n�o vai se pronunciar a respeito dos di�logos gravados por J. Hawilla at� receber a �ntegra do depoimento do empres�rio.
"Temos advogados nos representando nos Estados Unidos, mas ainda n�o tivemos acesso � �ntegra do que foi dito. Isso vai acontecer apenas nesta quarta (6)", afirmou.
J� o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, nega terminantemente que tenha recebido qualquer vantagem indevida em suas atividades. Reafirma ainda que n�o participou da negocia��o nem da assinatura de nenhum dos contratos, entre a CBF e as empresas Traffic e Klefer, citados pelo delator premiado. Informa ainda que todos estes contratos t�m data de assinatura anterior ao ano de 2012.
J� a defesa de Jos� Maria Marin disse que s� se pronunciar� ap�s o julgamento.
A Klefer emitiu um comunicado negando as informa��es.
"Quem detinha os direitos e desenvolvia a Copa do Brasil at� 2014 era a Traffic. Desta forma, � mais do que �bvio que, se alguma ilegalidade foi cometida, s� pode ter sido pela Traffic. N�o reconhecemos e repudiamos as transcri��es das grava��es das alegadas grava��es apresentadas. O delator Jos� Hawilla, com a finalidade �nica de buscar benef�cio pessoal e para sua fam�lia junto as autoridades norte-americanas, tentou produzir provas em conversas telef�nicas, em di�logo completamente diferente do que foi transcrito. Os di�logos apresentados s�o mentirosos", afirma a empresa.
"� mentirosa e irrespons�vel a den�ncia do r�u confesso Jos� Hawilla, dando conta de que a quantia de quatrocentos e cinquenta mil d�lares, encaminhada pela Traffic � Klefer, tinha como destino o pagamento de propina. A verdade, com documentos em poder das duas empresas, � a que tais valores s�o provenientes de obriga��es contratuais firmadas entre a Klefer Produ��es e Promo��es Ltda e a Traffic Assessoria e Comunica��es Ltda. Para finalizar, o que destr�i e joga por terra todas as irrespons�veis e mentirosas acusa��es do delator Jos� Hawilla, pode ser comprovado, atrav�s de documentos assinado pelo seu filho, St�fano Hawilla, CEO da Traffic Brasil, quando interpelada pela Klefer, j� no dia 27 de julho de 2015, sobre as acusa��es de Jos� Hawilla, responde, afirmando que o pai, vivendo nos Estados Unidos, e afastado da empresa h� muito tempo, delatava sem o menor conhecimento de causa. A seguir, trecho do documento sobre o qual nos referimos, que est� na �ntegra, � disposi��o de quem se interessar: 'St�fano Hawilla: "Vale lembrar, ainda, que h� um bom tempo o Sr. Jos� Hawilla, est� distante da gest�o da empresa e n�o participa de sua administra��o, principalmente no que diz respeito � Copa do Brasil e os assuntos � elas relacionados'" completa a nota.
A Klefer diz que "tomar� as medidas legais cab�veis contra tamanhos disparates que afetam moral e eticamente a sa�de da empresa, de seus diretores e funcion�rios, que a todo momento questionam se o Sr. Jos� Hawilla resistiria a um teste de sanidade mental".
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