S�o Paulo anuncia Dorival J�nior como substituto de Rog�rio Ceni
Ivan Storti/Divulgacao/Santos FC | ||
Dorival J�nior come�ou o Brasileiro como t�cnico do Santos. Agora vai para o Morumbi |
O S�o Paulo confirmou nesta quarta-feira (5) que Dorival J�nior � o seu novo treinador, como substituto de Rog�rio Ceni, demitido na segunda.
Excluindo interinos, ele ser� o quinto treinador a trabalhar no clube durante a gest�o de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
"Dorival J�nior chega ao S�o Paulo respaldado pela compet�ncia demonstrada em seus �ltimos trabalhos como treinador. Temos convic��o de que ter� sucesso", disse o presidente.
O treinador ser� apresentado na segunda-feira (10), enquanto lida com problemas particulares em Florian�polis.
Por isso, n�o vai dirigir o S�o Paulo no cl�ssico deste domingo (9), justamente contra sua ex-equipe, o Santos, na Vila Belmiro. A orienta��o do time ficar� por conta do auxiliar Pintado, de modo interino. O ex-volante vem conduzindo os treinos desta semana.
No Morumbi, vai encontrar um time cuja primeira preocupa��o � sair e se distanciar da zona de rebaixamento.
Desde a demiss�o de Ceni, o nome de Dorival surgiu como consenso dentro do clube.
Um de seus desafios � manter esse prest�gio em meio a uma diretoria que n�o vem conseguindo produzir bons resultados. Em campo, sob a presid�ncia de Leco, o time tem seu pior aproveitamento de pontos neste s�culo.
Em campo, a principal miss�o do treinador ser� dar uma identidade a uma equipe que come�ou a temporada se pretendendo ofensiva, mas que tem, hoje, o quarto pior ataque do Brasileiro.
Por ironia, o time est� empatado nessa condi��o com o pr�prio Santos, clube que o demitiu em junho. � �poca, era o treinador com maior longevidade no cargo entre os profissionais da S�rie A.
FORA DE SANTOS
Dorival J�nior nunca teve em outros clubes o mesmo sucesso que desfrutou no Santos. Repeti-lo � seu maior desafio no S�o Paulo. A fama de treinador que gosta de posse de bola, do jogo ofensivo e � capaz de tirar o melhor de elencos sem grandes destaques t�cnicos foi constru�do em duas passagens na Vila Belmiro.
Longe da Baixada, fez parte da campanha de rebaixamento do Vasco em 2013 para a S�rie B. Assumiu o Fluminense no mesmo ano, tamb�m amea�ado pela degola, para evitar a queda. N�o conseguiu em campo. O clube foi salvo pela escala��o irregular de H�verton pela Portuguesa. Na temporada seguinte, teve campanha ruim com o Palmeiras, que se manteve na S�rie A do Brasileiro apenas na �ltima rodada.
Por causa dos dois trabalhos realizados na Vila Belmiro, Dorival � visto como esperan�a de um padr�o de jogo pelo S�o Paulo. Ele se tornou a imagem de uma filosofia e tem o estilo conciliador dentro e fora do elenco, o que pode ser ben�fico para o S�o Paulo. Por causa da campanha ruim, o clube passa por momento turbulento.
Pelo moral que ganhou como defensor do futebol ofensivo, passou a ser visto de maneira diferente tamb�m por quem est� fora do futebol. Tornou-se representante da classe (� vice-presidente da Federa��o Brasileira dos Treinadores de Futebol), um dos defensores mais vis�veis do que ficou conhecida como a Lei Caio J�nior, que regulamenta a profiss�o de treinador de futebol. O projeto 7560/2014 est� em tramita��o no Congresso Nacional.
� imagem constru�da a partir de 2010, quando assumiu pela primeira vez o Santos. Ele se tornou um dos mais cobi�ados t�cnicos do pa�s gra�as � gera��o de Neymar e Paulo Henrique Ganso, campe� paulista e da Copa do Brasil. Montou a base que seria campe� da Libertadores do ano seguinte.
Dorival tem o pouco saud�vel h�bito de se meter em pol�micas por causa dos seus auxiliares. Foi demitido do Santos em 2011 porque fez um acordo com o ent�o presidente Luis Alvaro de Oliveira para recolocar Neymar na equipe em cl�ssico contra o Corinthians. Ele preferia manter a puni��o ao atacante por causa de discuss�o com seu ent�o assistente-t�cnico Ivan Izzo. Os dois quase se agrediram no vesti�rio. Dorival n�o queria que a revela��o santista cobrasse p�naltis e tiveram discuss�o p�blica dentro de campo.
Sua segunda passagem pelo Santos foi vencedora por algo que vai al�m da conquista do t�tulo paulista de 2016. Ele conseguiu manter a equipe entre as principais do pa�s apesar das restri��es t�cnicas do elenco e de ter de aceitado refor�os que n�o havia solicitado. Entre eles, o zagueiro argentino Fabian Noguera. Dorival s� soube da exist�ncia do defensor quando ele chegou ao clube.
Seu trabalho foi minado de novo por se manter fiel a seus auxiliares. Contestou a demiss�o do gerente administrativo Sergio Dimas, o que irritou o presidente Modesto Roma J�nior. Seu assistente t�cnico e filho, Lucas Silvestre, entrou em conflito com integrantes do elenco que n�o aceitavam sua autoridade. A maior contesta��o veio do meia argentino Emiliano Vecchio que, em grava��o vazada para torcedores, reclamou por estar fora dos planos e chamou o treinador de "narigudo."
Os problemas fizeram com que Dorival mudasse no decorrer do tempo. Af�vel com a imprensa, relaxado e confiante, ele foi se tornando cada vez mais desconfiado e preocupado, tentando descobrir de onde viria a pr�xima cr�tica. Enfrentava oposi��o de funcion�rios que estavam no CT. Por acreditar em trama para substitu�-lo por Vanderlei Luxemburgo, pediu o afastamento do ex-zagueiro Marcelo Fernandes.
Como nome de consenso da diretoria do S�o Paulo, ele vai encontrar tempo para trabalhar, apesar da situa��o dif�cil do time no Campeonato Brasileiro. Na teoria, chega para dar ao time o que faltou na passagem de Rog�rio Ceni. Um padr�o de jogo. Algo que conseguiu apenas na Vila Belmiro.
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