Descrição de chapéu Chuvas no Sul

RS confirma mais duas mortes por leptospirose e já soma sete

Ministério da Saúde estima que o estado terá pelo menos 1,6 mil casos

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Campinas | Agência Brasil

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio Grande do Sul confirmou mais dois óbitos por leptospirose no estado, chegando a sete registros. As mortes, segundo a pasta, são de dois homens, de 56 e 59 anos, residentes de Porto Alegre e Canoas, respectivamente. Já o número de casos confirmados da doença chegou a 141, em um universo de 2,3 mil notificações.

A proliferação da doença, transmitida por urina de animais infectados - majoritariamente ratos - configura mais um problema à população do estado, que enfrenta uma das maiores crises de sua história em razão das chuvas fortes desde registradas desde o fim de abril.

O cenário de avanço da doença levou o Ministério da Saúde a uma projeção de ao menos 1,6 mil casos após as enchentes, causadoras da contaminação. É comum que casos de leptospirose surjam em maior ritmo em regiões afetadas pelos alagamentos, uma vez que a água oriunda de bueiros traz à superfície a urina dos ratos que habitam o sistema de esgoto das cidades.

Região de Eldorado do Sul que dá acesso à ilha da Pintada, em Porto Alegre, contabiliza prejuízos após enchente.
Região de Eldorado do Sul que dá acesso à ilha da Pintada, em Porto Alegre, contabiliza prejuízos após enchente. - Leonardo Vieceli/Folhapress

O número estimado pelo Ministério é quatro vezes maior que a quantidade de casos registrados em todo o ano passado - 400 em todo o estado.

"Há tratamento para leptospirose e, por essa razão, nós recomendamos – queria enfatizar isso – que não se espere a confirmação do diagnóstico. Temos testes, o laboratório central está processando esse material e isso é importante para que a gente conheça a realidade. Mas o tratamento se dá a partir do momento em que se verificam os sintomas", declarou a ministra Nísia Trindade nesta quarta (29).

Representantes do Ministério da Saúde se reuniram esta semana com prefeitos do estado, representantes da Força Nacional do SUS e sociedades científicas do Rio Grande do Sul para discutir ações de enfrentamento a patologias causadas pelas enchentes e pelos temporais.

Além da leptospirose, o estado já contabiliza 182 casos de raiva, aumento de 133% em relação aos 12 meses do ano passado, período em que foram contabilizados 78 registros. Há ainda 28 notificações de acidentes com animais peçonhentos. Para as duas enfermidades ainda não há registros de óbitos.

Segundo o estado, há uma demora para diagnosticar as patologias, uma vez que o Laboratório Central, responsável pelas análises, enfrenta uma sobrecarga de notificações vindas de dezenas de municípios, cada uma com informações seguindo os próprios critérios.

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria leptospira, geralmente adquirida pelo contato com água ou solo contaminados. Na fase inicial da doença, os pacientes podem sentir febre igual ou maior que 38 ºC, dor na região lombar ou na panturrilha e conjuntivite. Os sinais de alerta para gravidade, que podem aparecer a partir da segunda semana, envolvem sintomas como tosse, hemorragias ou insuficiência renal.

No Brasil não há vacina para uso humano contra a leptospirose.

Chuvas no sul

As chuvas fortes que atingem o estado do Rio Grande do Sul completaram um mês nesta quarta (29). O estado ainda tem mais de 620 mil pessoas fora de casa, enquanto que cerca de 48 mil estão em abrigos - número que supera a população de 90% dos municípios do estado.

O número mais atualizado de óbitos revela que 169 pessoas perderam a vida, enquanto 44 seguem desaparecidas. O número de feridos é de 806, e a população afetada soma 2.345.400 pessoas.

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