Como a transmissão do coronavírus se dá por contato pessoal, governos do mundo todo têm adotado medidas para evitar a circulação e encontro das pessoas.
Elas variam em grau e em duração, e alguns países têm optado por adotar mais precocemente as medidas mais drásticas, como a Estônia, enquanto outros foram progressivamente aumentando as restrições, como o Reino Unido.
Especialistas em transmissão de doenças e controle de epidemias afirmam que há momento ideal para a adoção de restrições, levando em conta a evolução dos casos, a frequência de encontros de cada local e a capacidade de atendimento médico, entre outros fatores. Entenda as diferentes abordagens e seus impactos:
Distanciamento social: procura manter uma distância entre as pessoas, para evitar contágio (nesta pandemia, o recomendado tem sido dois metros). Não impede que as pessoas saiam de casa, nem exige o fechamento de lojas ou restaurantes. Há várias ações possíveis: proibir eventos, fechar museus e cinemas, cancelar jogos em estádios, fechar escolas, estabelecer distância entre mesas no restaurante, limitar o número de pessoas que podem entrar no supermercado, estabelecer distâncias mínimas em filas.
Isolamento: o termo tem sido usado nessa pandemia quando uma pessoa se isola voluntariamente por suspeita de contágio ou por ter contraído o coronavírus. Alguns países também determinaram que qualquer indivíduo que entre no país fique em autoisolamento por ao menos 14 dias.
Os indivíduos em isolamento devem ter um aposento próprio e seus objetos e roupas devem ser mantidos separados. No caso dos suspeitos, os sintomas devem ser monitorados.
Em estratégias de saúde, isolamento é manter os casos confirmados de infecção totalmente separados dos outros, de preferência em internação hospitalar, em contato apenas com pessoal médico usando equipamento de proteção.
Lockdown (bloqueio, em inglês): quando o governo impede o movimento das pessoas, fechando bares, restaurantes, empresas e a maioria das lojas e estabelecendo multas e até prisão para quem sai de casa sem motivo justificado. Nessa pandemia, a palavra quarentena também tem sido usada para designar essas restrições mais drásticas, como nos casos da Itália e da Espanha.
Os países têm adotado listas diferentes do que é permitido. Na Alemanha, por exemplo, cabelereiros podem abrir, mas atender apenas uma pessoa por vez, enquanto na Itália até as fábricas foram fechadas pelo governo. A maior parte dos países permite exercícios físicos ao ar livre, mas alguns, como a França, determinaram tempo de no máximo 20 minutos, a não mais de 1 km de casa.
O bloqueio pode incluir interromper o transporte público, fechar aeroportos e estações e montar barreiras em estradas.
Quarentena: tecnicamente, é o isolamento completo e compulsório de pessoas doentes até que não possam mais transmitir o vírus, ou de suspeitos de estarem contagiados até que tenha passado o período máximo de incubação (no caso do coronavírus, a recomendação tem sido de 14 dias), caso não seja possível submetê-los a teste.
É imposta pelo governo e o desrespeito à quarentena é passível de punição. Como no isolamento, a pessoa deve ter um aposento próprio e seus objetos e roupas devem ser mantidos separados. No caso dos suspeitos, os sintomas devem ser monitorados.
Nessa pandemia, o termo quarentena tem sido usado também em outros dois sentidos: 1) quando o governo proíbe qualquer saída desnecessária de casa, como fez a Itália no começo deste mês; 2) quando o governo estabelece o fechamento de grande parte das atividades do país, do estado ou da cidade, como fez o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a partir do dia 24.
Toque de recolher: estabelece horários em que as pessoas podem estar na rua, sob pena de multa ou prisão.
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