Brasil reduz s�dio em alimentos, mas ainda est� longe da meta
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Acordo retira 14 mil toneladas de s�dio dos alimentos |
Resultados de um acordo feito com a ind�stria mostram que, em quatro anos, o Brasil j� conseguiu reduzir 14.893 toneladas de s�dio em alimentos processados. Mas ainda est� na metade do caminho em rela��o � meta estabelecida em 2011, que prev� redu��o de at� 28.562 toneladas at� 2020.
Os dados, divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Minist�rio da Sa�de, englobam os resultados da terceira etapa de um acordo firmado com a Abia (Associa��o Brasileira da Ind�stria de Alimentos) para reduzir o teor de s�dio nos alimentos. O objetivo � diminuir o risco de doen�as associadas ao alto consumo de sal, como hipertens�o –condi��o que afeta um em cada quatro brasileiros no pa�s.
Nesta nova etapa, foram analisados r�tulos de margarinas, cereais matinais, caldos e temperos prontos para verificar o percentual de redu��o do teor de s�dio. Juntos, esses alimentos reduziram 7.241 toneladas de s�dio entre 2012 e 2015, segundo o balan�o divulgado pelo governo.
Entre os produtos, a maior redu��o foi observada nos temperos, que tiveram queda de 16,3% no teor m�dio de s�dio, seguido pela margarina, com 7,1% a menos. Na contram�o, caldos l�quidos e em gel tiveram aumento de 8,8% na concentra��o. Segundo o Minist�rio da Sa�de, essa foi a �nica categoria a n�o cumprir as metas para a etapa.
Como o acordo tem ades�o volunt�ria, n�o h� previs�o de puni��o para quem descumpre as metas. Ind�strias, no entanto, recebem uma notifica��o do governo para que enviem justificativas e informem novas estrat�gias para reduzir a quantidade de sal.
Segundo a coordenadora de alimenta��o e nutri��o do Minist�rio da Sa�de, Michele Lessa, o principal motivo alegado s�o dificuldades tecnol�gicas para reduzir a concentra��o de s�dio sem alterar o sabor do produto. Ela diz, no entanto, que � baixo o n�mero de descumprimentos –segundo o governo, 94% das ind�strias desta etapa reduziram os �ndices.
O monitoramento tamb�m tem limita��es. Em diversas categorias, o n�mero de produtos analisados para compara��o da quantidade presente de sal em 2012 e em 2015 diminuiu. A justificativa � que foram retirados do mercado. "Tamb�m verificamos v�rias situa��es em que o r�tulo n�o estava atualizado", afirma Lessa.
O acordo para redu��o de s�dio tamb�m � alvo de cr�ticas de entidades do setor. Em nota, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) diz considerar que as metas estabelecidas s�o "muito t�midas" e que a amostra analisada � pequena em compara��o ao volume de produtos no mercado. Segundo o instituto, alguns dos produtos avaliados nesta etapa j� tinham h� dois anos teor de s�dio abaixo das metas que estavam previstas para cada um deles –uma vez que o acordo prev� metas espec�ficas de redu��o al�m das 28 mil toneladas em geral.
"Fazendo um c�lculo bem simples, se dividirmos as 14 mil toneladas de s�dio que foram retiradas do mercado pelos 200 milh�es de brasileiros, chegamos a um valor de 0,07 mg de redu��o de s�dio per capita. O consumo de s�dio m�dio na popula��o � de mais de 4.000 mg, mas � preciso reduzir esse valor pela metade", avalia o instituto.
METAS MAIS R�GIDAS
Al�m das tr�s primeiras etapas, h� ainda uma quarta, cujos resultados devem ser divulgados at� o fim deste ano. Em geral, j� foram analisados produtos como macarr�o, p�o de forma, bolos, snacks, maioneses e biscoitos.
Na pr�xima etapa, o monitoramento deve trazer dados da redu��o da quantidade de s�dio em produtos como mortadela, lingui�a, hamb�rguer, queijo, requeij�o, salsichas e sopas instant�neas. "� nesses outros produtos que vamos conseguir atingir a [meta de] redu��o", disse o ministro da Sa�de, Ricardo Barros.
Segundo Michele Lessa, a pasta j� estuda novas etapas e metas mais restritivas para serem aplicadas at� 2020, prazo final para retirada de 28 mil toneladas de s�dio dos alimentos.
Dados da pesquisa Vigitel, do Minist�rio da Sa�de, mostram que parte expressiva da popula��o n�o percebe o quanto consome de sal e os riscos � sa�de. De acordo com a pesquisa, apenas 14,9% da popula��o considera seu consumo de sal como "alto" ou "muito alto". Estudo feito pelo IBGE em 2008, por�m, aponta que 70% da popula��o brasileira consome sal em excesso.
REDU��O DE A��CAR
Ap�s o acordo para redu��o da quantidade de sal nos alimentos, o governo tamb�m planeja fazer uma nova parceria com a ind�stria para reduzir os �ndices tamb�m de a��car, considerado outro "vil�o" � sa�de se consumido em excesso. Em 2015, cerca de metade da popula��o adulta no pa�s, ou 53,9%, estava acima do peso, segundo a pesquisa Vigitel.
A medida, j� em discuss�o com a Abia, foi anunciada pelo ministro Ricardo Barros. A ideia � que seja utilizada metodologia semelhante � aplicada para a redu��o do s�dio. Os produtos a serem analisados, metas e prazos devem ser divulgados at� 2017. At� l�, a Anvisa tamb�m estuda mudan�as para que o teor de a��car nos alimentos esteja presente com destaque nos r�tulos.
Ind�stria, no entanto, alega que a redu��o n�o depende apenas dos produtores. "Nossa participa��o de todo a��car produzido no pa�s n�o passa de 19%", diz Edmund Klotz, da Abia. "O desafio para reduzir o a��car � maior, porque a mat�ria-prima j� vem com o a��car", afirma Barros.
Para Michele Lessa, do Minist�rio da Sa�de, � preciso tamb�m reduzir o consumo excessivo de sal e a��car na prepara��o dos alimentos ou adicionado � mesa. "A popula��o precisa reduzir o sal adicionado para al�m dessas a��es."
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