Droga usada para combater o colesterol aumenta risco de diabetes
As estatinas, que s�o as drogas mais utilizadas contra o colesterol, impedindo a ocorr�ncia de doen�as cardiovasculares como angina, infartos e derrames, trazem um risco: provocar diabetes.
A conclus�o � de um estudo que acompanhou 8.749 participantes ao longo de seis anos, todos homens finlandeses de 45 a 73 anos e inicialmente n�o diab�ticos. Ele foi publicado no peri�dico cient�fico "Diabetologia", que � publicado pela Associa��o Europeia para o Estudo da Diabetes.
Um pouco mais de 2.000 participantes come�aram a usar estatinas, como a sinvastatina (como o Zocor), a atorvastatina (Lipitor) ou a rosuvastatina (Crestor).
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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Enquanto 11,1% dos pacientes que tomavam estatinas adquiriram diabetes, 5,8% dos que n�o tomavam (6.607) foram diagnosticados com a doen�a.
Ou seja, a chance de ficar com diabetes � quase o dobro em quem usa estatinas em compara��o a quem n�o usa. No Brasil, estima-se que 8 milh�es usem as drogas.
Outros fatores tamb�m contribuem para adquirir o diabetes, como obesidade, hist�rico familiar da doen�a, fumo e uso de diur�ticos e betabloqueadores (que combatem a taquicardia).
Mesmo quando descontados os efeitos dessas vari�veis, o risco de se adquirir diabetes ainda era 46% maior entre quem usava estatinas. Os pesquisadores ainda n�o sabem dizer por que ou como isso acontece.
Quem tomava esses medicamentos apresentou uma secre��o 12% menor de insulina. Tamb�m houve uma perda na sensibilidade ao horm�nio –ou seja, ele tem sua fun��o prejudicada em pessoas que tomam estatinas.
"As estatinas s�o a 'pedra fundamental' da terap�utica preventiva. Talvez seja um pre�o a se pagar", diz Raul Dias Filho, diretor da Unidade Cl�nica de L�pides do Incor (Instituto do Cora��o).
Outros m�dicos tamb�m dizem que os benef�cios conseguidos com a medica��o podem superar os riscos.
"Gra�as �s estatinas n�s obtivemos uma diminui��o significativa na incid�ncia de doen�as cardiovasculares, principal causa de morte atualmente", diz o m�dico e diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Airton Golbert.
Antes consideradas "a nova aspirina", as estatinas tamb�m t�m outros riscos associados. Cerca de um ter�o das pessoas se queixam de dores ou desconfortos musculares e ainda h� risco de mal funcionamento do rim e do f�gado, por exemplo.
Apesar da pletora de riscos, at� mesmo a classe m�dica abusa da droga, diz a cardiologista e especialista em colesterol e hipercolesterolemia familiar T�nia Martinez. "Tem gente que come churrasco e toma estatina depois [para evitar a forma��o de colesterol ruim], o que n�o � de forma alguma recomend�vel".
T�nia lembra ainda que, conforme as necessidades do paciente, o m�dico pode variar a escolha da estatina (algumas s�o mais potentes do que outras) e a dose, reduzindo o risco de efeitos colaterais.
Uma alternativa ao tratamento convencional com estatinas que vem sendo estudada por Dias Filho � a sua associa��o com a droga ezetimiba, medicamento que impede a absor��o de gordura pelo intestino e, assim, tamb�m evita a forma��o de colesterol.
Quando as duas drogas s�o combinadas, a dosagem de estatina necess�ria � bem menor, diminuindo o risco de diabetes. Dias Filho est� conduzindo estudos para saber se a ezetimiba tamb�m provocaria a doen�a.
Outra alternativa, que est� sendo estudada no exterior, � a inje��o de anticorpos contra uma enzima chamada PCSK9, que atua na forma��o do colesterol ruim.
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