A doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, afeta 6,7 milhões de adultos com mais de 65 anos nos Estados Unidos. [No Brasil, a expectativa é que os casos aumentem mais de 206% até 2050. Um trabalho publicado na The Lancet Public Health mostrou que o país poderá chegar a 5,6 milhões de indivíduos com a condição em 2050. Em 2019, eram cerca de 1,8 milhão.]
A doença não só destrói lentamente a memória de uma pessoa, como também diminui suas capacidades de comunicação. Tudo isso pode ser profundamente frustrante para os cuidadores.
Aqui está o que você deve ter em mente quando passar tempo com alguém que tem a doença.
Esteja atento à sua linguagem corporal e ao ambiente
"À medida que as pessoas perdem a capacidade de se comunicar, elas ainda nos leem muito bem", diz Allison Lindauer, professora associada de neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon.
Portanto, esforce-se para ter uma atitude calma e amigável. Reconheça que sua linguagem corporal comunica algo. Tente ter conversas cara a cara sempre que possível. Limite as distrações e o ruído de fundo.
Evite perguntas imprecisas e a 'linguagem de velhos'
Em vez de uma pergunta geral como "O que você quer para o jantar?", pergunte: "Você gostaria de costeletas de porco ou lasanha?", afirma Lindauer, acrescentando: "Você não quer colocá-los em grande dúvida".
Falar alto, numa conversa "de bebê" simples e aguda, que às vezes é chamada de "linguagem de velhos", pode parecer condescendente. A pesquisa mostra que essa abordagem também tende a tornar as pessoas mais resistentes aos cuidados.
Mude de abordagem conforme a doença progredir
Saber em que estágio da doença seu familiar está pode ajudá-lo a aprimorar sua abordagem. No estágio inicial, é importante evitar fazer suposições sobre a capacidade de comunicação da pessoa com base no diagnóstico. Não exclua a pessoa das conversas e dê a ela tempo para responder sem interrupção.
Conecte-se com os recursos
Melhorar as capacidades de comunicação pode ter um impacto tremendo tanto na pessoa com a doença quanto nos cuidadores. A Associação Brasileira de Alzheimer tem publicações e grupos de apoio online que ajudam a lidar com a doença.
Em inglês, o Instituto Americano do Envelhecimento dá orientações sobre comunicação, assim como a Associação do Alzheimer dos EUA, que oferece grupos de apoio e aulas.
Tradução Luiz Roberto M. Gonçalves
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