Uma droga experimental para o Alzheimer fabricado pelas farmacêuticas Eisai Co Ltd e Biogen retardou o declínio cognitivo e funcional em um grande teste realizado em pacientes nos estágios iniciais da doença, disseram os fabricantes nesta terça-feira (27).
O estudo representa uma vitória potencialmente rara em um campo repleto de medicamentos fracassados.
Até agora, vários fabricantes tentaram e falharam em encontrar um tratamento eficaz para a doença que afeta cerca de 55 milhões de pessoas em todo o mundo. Um avanço na área seria um impulso para estudos semelhantes serem conduzidos por outras farmacêuticas como Roche e Eli Lilly.
A droga, lecanemab, retardou o progresso da doença em 27% em comparação com um placebo, atingindo o objetivo principal do estudo e potencialmente oferecendo esperança para pacientes e familiares ansiosos por um tratamento eficaz.
A corrida para conter a progressão do Alzheimer ocorre quando o número de norte-americanos que vivem com a doença deve dobrar para 13 milhões até 2050, de acordo com a Associação de Alzheimer.
Globalmente, este número pode chegar a 139 milhões até 2050 sem um tratamento eficaz, disse a Alzheimer's Disease International.
A fabricante Eisai está buscando a aprovação da FDA (agência que regula alimentos e medicamentos nos Estados Unidos) em um processo acelerado, com uma decisão prevista para o início de janeiro.
O objetivo é que a regulamentação e comercialização total do medicamento nos EUA, na Europa e no Japão seja realizada até o final de 2023, disse o CEO Haruo Naito a repórteres em Tóquio.
A farmacêutica afirma que os resultados do teste em cerca de 1.800 pacientes provam a teoria de longa data de que a remoção de depósitos de uma proteína chamada beta-amiloide do cérebro de pessoas com Alzheimer precoce pode retardar o avanço da doença.
Embora os resultados de primeira linha do lecanemab sejam convincentes, ainda é "muito cedo" para determinar se os efeitos são clinicamente significativos, disse Kristian Steen Frederiksen, diretor de uma unidade de ensaios clínicos da Universidade de Copenhague.
A taxa de efeitos colaterais como de inchaço cerebral associados a tratamentos anti-amiloide foi de 12,5% no grupo lecanemab, versus 1,7% no grupo placebo. Mas muitos casos não causaram sintomas. O inchaço cerebral sintomático foi observado em 2,8% das pessoas no grupo lecanemab, disseram as empresas.
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