Membros da Adusp (Associação de Docentes da Universidade de São Paulo) decidiram manter a paralisação em apoio à greve vigente na instituição ao menos até a próxima terça-feira (10).
A decisão foi homologada em assembleia e, segundo a entidade, foi tomada em apoio aos alunos, que seguem paralisados —os estudantes marcaram para segunda-feira (9) uma assembleia para decidir sobre a manutenção ou não do movimento.
Os docentes disseram que pretendem seguir a decisão dos alunos.
Em uma tentativa de dar fim à greve, a reitoria da USP ofereceu na quarta (4) a contratação de 148 profissionais temporários em 45 dias, a serem distribuídos aos cursos mais necessitados. Depois, tais vagas iriam se tornar efetivas.
A proposta agradou parte dos grevistas, tanto entre alunos quanto docentes. Por isso, havia expectativa que os professores aceitassem já nesta quinta o fim da paralisação. Mas durante a reunião da Adusp, que durou quase três horas, a maioria das manifestações foi pela continuidade da greve.
Entenda as reivindicações
Alunos de todas as unidades da USP na capital aderiram à greve iniciada pela falta de professores na instituição. O movimento foi iniciado pela FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) no dia 18 de setembro. Os articuladores conseguiram expandir o movimento também para campi do interior paulista.
Os estudantes sintetizam suas demandas em cinco eixos: contratação de professores; aumento de auxílio para permanência estudantil; melhoras estruturais na USP Leste; promoção de vestibular indígena; e valorização dos direitos estudantis.
A aquisição de novos docentes é o tema mais debatido. Os estudantes apresentam três exigências nesse ponto:
- Retorno do gatilho automático para a contratação de professores: hoje, quando um professor morre, é exonerado ou se aposenta, não tem a reposição automática da vaga. Os discentes cobram o retorno desse mecanismo para as vagas serem respostas;
- Número mínimo de educadores (1.683) para garantir o funcionamento dos cursos: esse número é baseado no retorno da proporção do número de estudantes para o número de professores que a USP tinha em 2014;
- Fim do edital de excelência ou mérito: para os estudantes, esse critério é absolutamente injusto e não destina novas vagas para as unidades que precisam de professores.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.