Conselho da USP aprova cotas sociais e raciais para vestibular de 2018
Eduardo Anizelli - 24.nov.2016/Folhapress | ||
Pra�a do rel�gio no campus da USP |
O Conselho Universit�rio da USP (Universidade de S�o Paulo) aprovou em reuni�o nesta ter�a-feira (4) a institui��o de cotas sociais e raciais a partir do vestibular de 2018. O sistema ser� implantado de forma escalonada ao longo de quatro anos.
Em 2018, 37% das vagas dever�o ser destinadas a alunos de escola p�blica. Essa propor��o deve subir para 40% em 2019, 45% em 2020 e, finalmente, 50% em 2021.
Dentro dessa cota da rede p�blica dever�o ser reservadas vagas para pretos, pardos e ind�genas na mesma propor��o da presen�a dessa popula��o verificada pelo IBGE no Estado de S�o Paulo. Hoje, esse �ndice � de 37%. Assim, no ano que vem, a cota racial seria de 13,7% do total de vagas. Em 2021, se a popula��o se mantiver igual � verificada pelo IBGE, a reserva subiria a 18,5%.
Neste ano, 37% dos alunos matriculados na universidade vieram de escolas p�blicas. J� os dados relativos � cor dos alunos s�o de 2016, da Fuvest, que seleciona atualmente cerca de 80% das vagas.
Essa estat�stica mostra que, dos ingressantes daquele ano, cerca de 17% se declararam pretos, pardos e ind�genas. A propor��o, no entanto, n�o foi a mesma em todos os cursos. Em medicina, por exemplo, ficou em 8%. A forma de implementa��o das cotas variar� de ano para ano. Em 2018, a meta deve ser alcan�ada por unidade. Em 2019, por cada curso. E, a partir de 2020, por cada curso e turno.
A proposta inicial votada nesta ter�a-feira pelo Conselho Universit�rio, elaborada pela Reitoria, considerava apenas cotas sociais. A defini��o de cotas raciais. foi aprovada como um destaque. Antes da reuni�o do conselho, cerca de 300 professores assinaram um manifesto defendendo a medida.
"As cotas somente para escolas p�blicas n�o bastam para garantir que a universidade alcance a meta da composi��o �tnico-racial da popula��o", escreveram.
O reitor da USP, Marco Antonio Zago, classificou a decis�o do Conselho Universit�rio como "hist�rica". "� emblem�tico, porque representa uma universidade que tem lideran�a e muita visibilidade no pa�s", afirmou, por meio de nota.
A implementa��o de cotas representa a quebra de um tabu na USP. A universidade vinha sofrendo h� anos press�o de parte dos alunos para implementar medidas nesse sentido. Desde 2012, por lei, todas as universidades federais adotam o sistema. Algumas j� o faziam antes, de forma volunt�ria.
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Novo sistema de cotas na USP
Como � feita a sele��o hoje
A universidade tem duas portas de entrada: Fuvest e Sisu, que usa a nota do Enem; cada unidade define quantas vagas coloca no Sisu e se reserva vagas para alunos de escolas p�blicas
Como vai ficar
A partir de 2018, haver� um percentual m�nimo obrigat�rio de vagas destinadas a cotas sociais e raciais; ele ser� calculado a partir do total de vagas (tanto as da Fuvest como as do Sisu)
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SISU
A reserva de vagas ser� aplicada sobre o total de vagas oferecidas, considerando-se tanto a Fuvest, vestibular tradicional, como o Sisu (Sistema de Sele��o Unificado), que usa a nota do Enem.
Ao todo, em 2018, a USP oferecer� 11.147 vagas –8.402 pela Fuvest e 2.745 pelo Sisu. As 2.745 vagas destinadas ao Sisu ser�o distribu�das em tr�s modalidades: 423 para ampla concorr�ncia; 1.312 para estudantes que tenham cursado o ensino m�dio integralmente em escolas p�blicas; e 1.010 para alunos oriundos de escolas p�blicas e autodeclarados pretos, pardos e ind�genas. As demais vagas necess�rias para completar as cotas ser�o oferecidas pela Fuvest.
O Conselho Universit�rio aprovou tamb�m nesta ter�a-feira a abertura de dois novos cursos, de medicina em Bauru (60 vagas) e de biotecnologia na USP Leste (n�mero de vagas a definir).
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