Garimpar sebos era uma das atividades preferidas do jornalista, radialista e apresentador José Tadeu Noronha de Souza —conhecido como Tadeu de Souza— quando viajava.
A paixão pela leitura e pelo Amazonas incentivava a busca por títulos que abordavam temas relacionados ao desenvolvimento do estado.
Apesar de ter nascido em Belém (PA), foi Parintins (AM) que conquistou seu coração.
“Ele ficava horas nos sebos. O Tadeu deixou uma biblioteca com quase 4.000 títulos que ficarão à disposição dos estudantes da cidade. Foi o pedido que fez antes de morrer”, conta a esposa
Jossineias Farias, 43.
Para declarar o amor pela companheira ou falar com as duas filhas sobre a importância da família, Tadeu de Souza utilizava o outro dom que a comunicação lhe deu: a escrita.
“Só no primeiro ano de namoro, ele compôs 450 poemas para mim. Também escreveu crônicas, poesias e contos para complementar as longas conversas com as filhas. Para elas, Tadeu foi muito mais que um pai e um amigo”, diz Jossineias.
Quando estava em casa, tinha prazer em cozinhar. O peixe, que faz parte da culinária da região, nunca foi o prato principal.
“No período que morou em São Paulo para cursar jornalismo, ele aprendeu com os colegas a gostar de churrasco e de sopas, e incorporou sua preferência à nossa cozinha”, lembra Jossineias.
Tadeu de Souza comandava o programa Agora Parintins, na afiliada do SBT no Amazonas.
O jornalista foi um dos fundadores da Academia Parintinense de Letras. Morreu em 6 de agosto, aos 58 anos, de infarto. Deixa esposa, duas filhas e uma neta.
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