O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta terça-feira (11) a construção de moradias provisórias para desabrigados e afirmou ter orientado os membros do seu governo para que não adotem essa medida em relação ao Rio Grande do Sul.
Lula critica, de maneira indireta, a gestão do governador Eduardo Leite (PSDB), que anunciou na semana passada a construção de 500 casas temporárias.
A declaração aconteceu durante cerimônia fechada para anúncio de acordos de indenização para famílias da região metropolitana de Recife que moravam em residências com risco de desabamento, os chamados prédios caixão.
Lula então falou criticou a construção dessas moradias, nos anos 1970, e afirmou que a indenização era uma forma de devolver a dignidade para essas pessoas. Acrescentou que é necessário possibilitar que essas pessoas tenham suas próprias moradias e que sejam definitivas, construídas em locais com estrutura.
"Eu disse ao companheiro [ministro das Cidades] Jader [Filho], lá no Rio Grande do Sul, porque tem sempre a ideia de que é preciso cuidar de fazer casa provisória. E eu falava 'não tem casa provisória'. É melhor dizer a verdade para o povo, é melhor dizer que destruir é muito rápido, construir é muito demorado", disse o presidente, durante o evento.
"A gente vai ter que encontrar terreno sólido, vai ter que fazer casa com rua, com esgoto, com água, com energia elétrica, com área de lazer para as crianças, com escola, porque a gente não pode fazer o pessoal, depois do que passaram no Rio Grande do Sul, voltar a morar em lugar inóspito, inseguro", concluiu.
Na sexta-feira (7), o governador Leite anunciou R$ 86 milhões para investimentos em moradia, tanto definitivas como temporárias. Essas residências serão para famílias de baixa renda do Rio Grande do Sul.
Serão destinados R$ 20 milhões para a construção de 250 moradias definitivas e R$ 66,7 milhões para a aquisição de 500 casas temporárias para famílias que tiveram seus lares destruídos pelas enchentes de maio, segundo material de divulgação do governo.
O Rio Grande do Sul enfrenta os efeitos da calamidade climática, que deixou um total de 172 mortos e 575 mil desalojados.
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