A prefeitura de Porto Alegre anunciou nesta quinta-feira (13) um plano de ações em resposta às chuvas que voltam ao Rio Grande do Sul a partir de sexta (14).
O plano inclui ações de drenagem, acolhimento e aumento do pessoal nas operações de limpeza em áreas de risco de alagamento, especialmente na zona norte da capital. O prefeito Sebastião Melo (MDB) disse que os índices de precipitação previstos exigem cautela.
"A nossa resposta não pode ser de alarde mas tem que ser de responsabilidade. Nós estamos preparados para a chuva, mas a população é sempre uma grande parceira e tem que estar alerta", falou.
O plano prioriza ações na região das ilhas e nos bairros Sarandi, Farrapos, Humaitá, Navegantes e Anchieta, duramente atingidos pela enchente do Guaíba, e os últimos lugares a ter recuo das águas.
Melo também pediu que os moradores de áreas de risco evitem colocar lixo na frente de casa nos próximos dias.
"Eu sei que muitas pessoas na Vila Popular [área do bairro Sarandi] não tem nem onde deixar o lixo, mas aqueles que puderem nesse período a partir de sexta-feira não botar lixo para fora, eu diria que é um apelo que a prefeitura faz", disse.
"A gente está com muito lixo na rua, e se você botar mais lixo, isso complica um pouco mais".
600 garis vão atuar na limpeza nos bairros mais vulneráveis da zona norte. De acordo com Melo, o recolhimento dos detritos não será interrompido pela chuva.
60 mil toneladas de entulho foram recolhidos na cidade desde o início da operação de limpeza, que passou a contar com mais de 1.000 garis e 460 equipamentos nesta semana. Cerca de R$ 100 milhões foram destinados para custear o serviço até o momento.
A chuva deve chegar à região metropolitana no sábado (15), e atingir o pico de intensidade no domingo (16), com acumulado que pode chegar a 100 milímetros ao longo do dia.
O alerta meteorológico indica um período de instabilidade até a próxima quinta-feira (20), mas a previsão é de uma escala muito menor do que a dos temporais do último mês, que causaram enchentes em diferentes regiões do estado e elevaram o lago Guaíba ao maior nível já medido na história da cidade, em 5,33 metros.
"Vamos seguir monitorando o nível dos rios, mas é um fenômeno diferente", disse o vice-prefeito Ricardo Gomes (sem partido).
"O que a gente espera não é a entrada do rio na cidade, mas, pela rede combalida e pelas dificuldades de infraestrutura ainda resultantes da enchente de maio, uma demora maior para a gente conseguir bombear essa água de volta para o rio"
Gomes diz que os 100 milímetros equivalem à "chuva de um mês inteiro que pode cair em um curto período" e disse que "pode haver alagamentos, mas não se espera, pelo que nos dizem os especialistas, um fenômeno sequer parecido com o que tivemos em maio".
Segundo Melo, a rede de abrigos está preparada para receber mais pessoas conforme a necessidade. Hoje, Porto Alegre tem 60 abrigos ativos e 2.621 abrigados. Entretanto, ele acredita que não há necessidade de esvaziar grandes áreas como no último mês.
"Não defendo evacuação", disse Melo. "Acho que não tem elementos meteorológicos para poder recomendar isso".
Na área de drenagem, a prefeitura vai concentrar trabalhos para retomar a operação da EBAP (Estação de Bombeamento de Águas Pluviais) 21 Vila Minuano, a única das 23 casas de bombas que ainda está com o serviço interrompido.
Também vai ser mantida a operação com caminhões hidro-jato e maquinário de sucção para limpar e desobstruir a rede de drenagem, que teve mais de 1.000 quilômetros de sua estrutura afetada pela cheia.
Melo também anunciou que a Defesa Civil vai atuar a partir de sexta na orientação à população em áreas de risco. A prefeitura também deve contratar mais agentes em caráter temporário para o órgão, mas a data ainda não foi definida.
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