Assembleia de motoristas de ônibus confirma suspensão de greve em SP

Decisão da categoria chancela acordo entre direção do sindicato, empresários e poder público municipal

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São Paulo

Uma assembleia de motoristas, cobradores, mecânicos e outros profissionais do transporte de ônibus municipal de São Paulo aprovaram, na manhã desta quinta-feira (6), a decisão de suspender a greve prevista para esta sexta-feira (7).

Segundo a direção do SindMotoristas, que representa os trabalhadores do transporte rodoviário urbano, a suspensão foi aprovada por unanimidade. Nos próximos dias, uma mesa técnica deve ser instalada no TCM (Tribunal de Contas do Município) para continuar as negociações entre empresas e funcionários, que reivindicam aumento salarial e outros benefícios trabalhistas.

O movimento de passageiros no terminal de ônibus Parque Dom Pedro II, no centro de SP; motoristas suspenderam previsão de greve - Eduardo Knapp - 14.jan.2021/Folhapress

O entendimento entre as duas partes para suspender a paralisação foi intermediado pela Justiça do Trabalho e pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite (União Brasil), nesta quarta (5).

O SindMotoristas informou que "no período das negociações permanecerá em estado de greve para realização de ações de mobilização junto à categoria", mas o risco de uma nova paralisação foi afastado por enquanto.

A mesa técnica de negociações no TCM terá representantes do sindicato dos trabalhadores, das empresas de ônibus, da SPTrans (empresa municipal que administra as concessões de operação das linhas) e da Câmara Municipal, segundo o SindMotoristas. Podem ser convidados membros do Ministério Público do Trabalho e do Tribunal Regional do Trabalho.

A indicação de que a categoria poderia cruzar os braços ocorreu na última segunda-feira (3), diante de um impasse nas negociações de reajustes dos salários e benefícios trabalhistas. Representantes dos trabalhadores e das dez empresas que operam o serviço na capital discutem essas questões desde o ano passado.

Os empregados pedem reajuste de 3,69% pelo IPCA (inflação oficial), mais 5% de aumento real e reposição das perdas salariais na pandemia na ordem de 2,46%, índice calculado com base em dados do Dieese.

É uma pedida superior aos 2,77% e recomposição da diferença pelo Salariômetro, que é um indicador medido pela Fipe, oferecidos pelo setor patronal.

Existem outros pontos na pauta dos trabalhadores, com destaque para reclamações quanto ao aumento da jornada, que passou de seis horas meia para oito horas efetivamente trabalhadas por dia, de acordo com o sindicato.

A audiência de conciliação ocorreu após pedido da Prefeitura de São Paulo à Justiça do Trabalho para que fosse garantida 100% da frota de ônibus nos horários de pico durante a greve, e ao menos 80% no restante do dia.

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