A inundação que deixou milhares de pessoas sem casa no Rio Grande do Sul não tem parâmetros diante de sua extensão territorial em um estado. A Região Metropolitana de Porto Alegre é, nos últimos dias, um dos principais focos da tragédia diante da cheia do lago Guaíba, que atingiu 5,32 metros, o valor mais alto da história, no domingo (5).
Na manhã desta quinta (9), o nível da água do Guaíba caiu ao seu nível mais baixo desde o início da enchente, em 5,04 metros. Essa marcação, no entanto, continua muito acima da cota de inundação no centro da cidade, de 3 metros de altura.
A Folha sobrepôs a extensão do território afetado na região a outras capitais brasileiras, a fim de dar dimensão da tragédia socioclimática a moradores de outras localidades do país, contemplando todas as regiões. Outros especialistas, como os urbanistas dos escritórios Urb Ideias e Versa, já divulgaram tais sobreposições em seus perfis de redes sociais.
O levantamento da área afetada é do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A organização tem atuado na previsão e monitoramento da calamidade, especialmente em Porto Alegre e no entorno.
A sobreposição compara apenas a extensão territorial e não leva em consideração a topografia ou densidade populacional.
Abaixo, veja a extensão da cheia na Região Metropolitana de Porto Alegre.
São Paulo
Ao sobrepor o centro de Porto Alegre na área do distrito do Ipiranga, zona Sul da capital paulista, nota-se que quase todo o centro expandido de São Paulo fica debaixo d’água. Bairros como Butantã, Pinheiros, Santa Cecília, Itaim Bibi e Tatuapé aparecem submersos. Osasco, Barueri e Jandira ficam com poucos locais secos, e a mancha se estende para além de Itu e São Roque.
Rio de Janeiro
Ao localizar o que seria o centro de Porto Alegre no litoral de Magé, cidade da Região Metropolitana do Rio, nota-se como a quase integridade do território de Duque de Caxias fica sobreposto, assim como boa parte de Belford Roxo, Nova Iguaçu , Magé e Itaboraí.
Brasília (DF)
No mapa comparativo, o Plano Piloto inteiro fica debaixo d’água, assim como partes de Guará, Ceilândia, Planaltina e as cidades vizinhas ao Distrito Federal.
Fortaleza (CE)
Sobrepondo o centro de Porto Alegre a Acarape, cidade a pouco mais de 60km da capital cearense, vê-se que a mancha de inundação se estende a oeste para além de Paramoti e Apuiarés. Toda a área de Palmácia fica encoberta.
Manaus (AM)
A maior cidade da região Norte e sétima maior do país aparece praticamente coberta, quando sobrepõe-se o que seria o centro de Porto Alegre no encontro das águas do rio Negro com o Solimões. O aeroporto, assim como o Teatro Amazonas, ficam em regiões atingidas.
Saiba a diferença dos termos
Afetado: Qualquer pessoa que tenha sido atingida ou prejudicada por um desastre, como feridos, desalojados, desabrigados e pessoas que perderam sua fonte de renda
Desalojado: Pessoa que foi obrigada a abandonar temporária ou definitivamente sua habitação, em função de evacuações preventivas, destruição ou avaria grave, decorrentes do desastre, e que, não necessariamente, carece de abrigo provido pelo sistema
Desabrigado: Desalojado ou pessoa cuja habitação foi afetada por dano ou ameaça de dano e que necessita de abrigo provido pelo Estado
Fonte: Glossário de Defesa Civil
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