Descrição de chapéu Obituário Carlos Fernando Mathias (1939 - 2024)

Mortes: Jurista, distribuiu sorrisos e bons conselhos

Carlos Fernando Mathias teve carreira sólida no Tribunal Regional Federal da 1ª Região e no STJ

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São Paulo

Carlos Fernando Mathias contagiava qualquer ambiente com seu sorriso fácil e língua afiada para piadas. No sistema de Justiça brasileiro, fez isso por mais de duas décadas. Foi desembargador do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) de 1995 a 2009, data de sua aposentadoria.

Entre 2007 e 2009, atuou nos colegiados das três seções do STJ (Superior Tribunal de Justiça). A passagem pelo tribunal foi o ápice de uma longa carreira jurídica, com início na década de 1960.

Nascido no Rio de Janeiro em 1939, Carlos Mathias foi graduado em ciências sociais pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e em direito pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, atual UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em 1961.

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Carlos Fernando Mathias (1939-2024) - Gustavo Lima/STJ

Logo após formado, integrou o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal e, indicado pelo Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), foi nomeado para o TRF-1, no qual tomou posse em 17 de fevereiro de 1995.

Em meio ao trabalho, também se dedicou ao mundo acadêmico: foi professor do curso de mestrado em direito na UFG (Universidade Federal de Goiás) e do curso de direito da UnB (Universidade de Brasília). Adorava a docência, a qual considerava a arte de aconselhar.

Também foi um entusiasta, estudioso e praticante da literatura. Pertenceu à Academia Brasiliense de Letras, à Academia de Letras e Música do Brasil, ao Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal e à Associação Nacional de Escritores.

Podia declamar de cor seus contos e poemas favoritos, além de passagens de livros, o que fazia em qualquer brecha, em qualquer lugar, sempre com o mesmo entusiasmo. Era um momento muito aguardado.

Os últimos anos de Carlos Mathias foram mais lentos. O tempo já o cobrava. Os sorrisos ficaram mais raros, assim como as piadas. Ele morreu de causas naturais no dia 8 de maio, aos 85 anos. Deixou esposa, duas filhas e um neto.

Em textos feitos para a sua despedida, amigos relembraram suas palavras: "Que bom que nós sejamos latinos, pois temos uma palavra bela para a despedida: adeus, as cinco letras que choram", disse ele em sua última sessão no STJ.

A presidente da corte, ministra Maria Thereza de Assis Moura, destacou o carinho que todos tinham por Carlos Mathias.

"[...] Além de muito querido por todos, ele foi uma referência em temas importantes para o Judiciário, um legado que se multiplica nas centenas de alunos que puderam compartilhar do seu conhecimento. É sem dúvida uma perda inestimável para o mundo jurídico", declarou.

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