A Prefeitura de São Paulo pagou o equivalente a R$ 5,52 para cada garrafa de água mineral sem gás, com capacidade entre 500 ml e 520 ml. O custo da unidade chamou atenção por representar quase o dobro do que é praticado no mercado.
Ao todo, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) pagou R$ 1.391.040,00 por 252 mil garrafas do tipo. As garrafas, de acordo com a prefeitura, foram distribuídas aos profissionais que trabalharam no Carnaval deste ano.
Entre os profissionais envolvidos com o evento estão agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), policiais militares e guardas da GCM (Guarda Civil Metropolitana).
Em nota, Secretaria Municipal das Subprefeituras afirma que estão embutidos no valor de R$ 5,52 gastos com "logística e distribuição das milhares de garrafas, além de impostos e mão de obra".
A prefeitura também disse que, em outubro do ano passado, havia realizado uma pesquisa de mercado com cinco empresas e o valor unitário pela garrafa foi de R$ 2,92.
Em novembro, a gestão Nunes abriu licitação e finalizou o processo como "fracassado". "Todas as empresas consideraram os preços não aceitáveis. Nenhuma empresa participante da licitação ofereceu proposta para o fornecimento de água, nas condições estabelecidas pelo município", diz a nota da Secretaria.
Com outra pesquisa de preço feita em dezembro do ano passado, afirma a prefeitura, o valor unitário passou para R$ 5,53. "Em 09/01/2024 foi aberto o novo certame que resultou na contratação da empresa e o valor unitário da água sagrou-se em R$ 5,52", completa a pasta.
A empresa AMBP Promoções e Eventos foi quem venceu a licitação e realizou a distribuição de água e alimentos para os funcionários municipais.
Helena Mastroianni de Lemos Britto, sócia da empresa, refutou a possibilidade de um sobrepreço. À Folha ela também atribuiu preço de R$ 5,52 à inflação no período carnavalesco.
"Eu participo de licitação há 25 anos, sou uma empresa de eventos e não vendo água. Tem a logística, a distribuição em vários pontos, toda uma complexidade", afirma.
"Tudo é vendido mais caro, nada é barato. Os ambulantes venderam a água por R$ 5", completa a empresária.
Além da água, AMBP também forneceu 95,6 mil kits de lanches, que custaram quase R$ 2 milhões.
O valor unitário para os dois tipos de kits (compostos por pão com frios, refrigerante, barra de chocolate e duas barras de cereal) custaram entre R$ 20,92 e R$ 23,01. Todo o contrato custou R$ 2,8 milhões à prefeitura.
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