Desde pequena, Tatiana Toro já sabia no que queria trabalhar: cenografia. Formada em Rádio e TV, ela atuou em produtoras paulistas, produzindo filmes comerciais, e em programas de televisão ao longo da carreira.
Sua principal referência artística foi seu tio, Alexandre Toro, cenógrafo conhecido em São Paulo.
Além da paixão pela arte da cenografia, Tatiana amava o samba e o Carnaval. "O Carnaval era o seu objetivo e ela foi cirúrgica em escolher trabalhar com André Marins, sua primeira referência na área", conta o marido, Thyago Braulio. "Com ele esteve na Vai-Vai e Tom Maior. E ainda na Prova de Fogo, que disputava o Carnaval de bairro."
"Ela ajudava em tudo e sempre esteve presente em vitórias e derrotas", diz Marins, o parceiro de folia.
"Estava sempre disposta a tudo e nunca dizia não", recorda o amigo. "Uma filha maravilhosa, uma irmã sempre presente, uma neta e sobrinha sempre preocupada."
"Mesmo nos piores momentos, estava sempre com um sorriso enorme no olhar", diz, lembrando a criação de uma escultura carnavalesca inspirada nela, envolvendo imaginário e misticismo. "Sabe aquelas pessoas que marcam a cada olhar? Era a Tati."
Uma pessoa muito boa de conviver, independente e tranquila, reforça seu irmão Marcelo Toro. "Na infância eu queria estar sempre junto dela, participar, e ela tomava conta de mim junto com minha mãe. Me tratava com muito carinho. Foi uma segunda mãe pra mim."
Desde pequena, Tati não comia carne, de nenhum tipo, diz o irmão. Ela adorava ir à casa de praia da família, em Guarujá, e ficar por lá sozinha, por pelo menos 15 dias. "Ficava feliz só lendo livros e indo à praia. Comendo as saladinhas e as castanhas dela. Adorava a paz de ficar sozinha e tranquila, ficar com ela mesma", diz Marcelo.
Ao mesmo tempo em que era reservada, demonstrava sempre alegria e felicidade. Adorava estar em família e era reconhecida como alguém especial, fosse em casa, no trabalho ou no hospital.
A força para um tratamento contra um câncer esteve também no sobrinho, que queria ver nascer. "Ela assistiu ao nascimento do meu filho, na sala de parto. E isso deu muito ânimo e vontade de ela viver e continuar o tratamento. É a madrinha dele", destaca o irmão.
Tatiana Toro morreu em 18 de outubro, de câncer no fígado.
"Deixa muitos bons exemplos. Era muito evoluída. Foi meu maior aprendizado em vida", completa o marido, Thiago.
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